Comida Pet de Verdade!
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O passeio perfeito, existe ?

Este fim de semana eu estava vendo uns vídeos de “vida na fazenda” (sim, eu vejo essas coisas…), e prestando atenção nos cães, claro. Eles corriam, nadavam, sassaricavam o dia todo atrás dos humanos, até cansarem e se jogarem cada um num canto para repor as energias para o dia seguinte. É, assim é fácil ficarem em forma, saudáveis e felizes, pensei (com um ponta de inveja, admito), mas …  e a gente que mora “na Capital”? Gastar a energia e manter nossos cães saudáveis é um desafio diário.

É fácil dizer – tem que passear com o cachorro – mas como fazer disso um momento efetivo para ele e agradável para todos, no meio dessas selvas de pedra em que vivemos? Será que existe o passeio perfeito?

Comecemos entendendo que o passeio tem várias funções: gastar energia, gerar condicionamento físico, reforçar o senso de matilha e a hierarquia interna desta, relaxar a cabeça, e proporcionar estímulos mentais. É um momento de conexão, aprendizado e enriquecimento físico e mental.

“Passeio” pode ser desde a famosa “volta no quarteirão”, até uma corridinha matinal, uma bela caminhada no parque, sair para almoçar na beira da praia com amigos ou visitar aquela tia no domingo à tarde. Tudo isso pode trazer todos os benefícios que listamos no parágrafo anterior, principalmente porque, no dia a dia, provavelmente você fará uma mistura disso tudo. Caminhar no parque ou na praia todo dia é um privilégio para poucos, mas nos fim de semana ou feriados pode ser um super programa – passeio no parque ou praia, emendando com almoço com amigos no restaurante pet friendly e depois um filme na casa da tia! Dia perfeito para você e seu cão!

Não existe o “passeio logo demais”, o peludo pode passar literalmente o dia inteiro na rua com você, será ótimo para ele. Só é preciso, claro, bom senso em relação a aonde ir, e se é viável para o seu cachorro. A temperatura ambiente, por exemplo, pode ser um impeditivo dependendo do cão ou da época do ano, excesso de barulho também. Use o bom senso.

Mas não importa para qual tipo de passeio, precisamos começar pelo começo, já que para que o passeio com seu peludo traga todos esses benefícios, o é preciso que algumas etapas aconteçam:

* Preparo

Essa etapa é muito importante, pois ela define para o cachorro o “tom” do que vai acontecer. Se a gente agita o ambiente, sai sem regras, fazendo bagunça, ele sairá de casa todo agitado e sem controle, em excitação pura e será muito difícil reverter esse estado de espírito depois. Na maioria dos casos, o melhor a fazer é ter uma saída focada e organizada.

1. Colocação da coleira e guia

O ideal é ensinar o peludo a sentar para colocar a coleira e guia. Se ele ainda não souber, e você não quiser ensinar, pelo menos use um petisco para chamar a sua atenção, e só coloque a coleira quando ele estiver quieto. Mantenha-se com uma postura tranquila e paciente, pois pode demorar um pouco para ele sossegar no início, se já está acostumado a ficar agitado e você dando um jeito para colocar a coleira no meio da confusão. Rapidamente ele vai aprender que este é o início previsível de uma atividade prazerosa, que para ir a diante ele precisa ficar quieto, e ficará.

2. Saída do apartamento/casa

Não permita que o cachorro saia correndo pela porta. Peça para sentar, espere que ele esteja calmo e só então abra a porta. Uma vez a porta aberta, ele deve esperar que você dê o primeiro passo para sair, e sair com você de forma “civilizada”. Repita esse procedimento até que ele espere calmamente mesmo diante de estímulos externos, como outros moradores ou sons no corredor. Esta rotina ensina autocontrole e mostra que, para avançar, ele precisa estar tranquilo. Também reforça o seu papel de líder desse time, e tomador de decisões durante o passeio.

3. Elevador e saída do prédio

Ao esperar e entrar no elevador, faça a mesma rotina de saída do apartamento. Aqui ela é especialmente importante, já que ao abrir a porta do elevador você precisa ver se está ok para ele entrar. Pode ter morador que tem medo, outro cachorro, carrinhos de bebê, feira, bicicleta … enfim, elevadores são eternas surpresas e ele tem que esperar você dizer que pode entrar. No hall ou nas áreas comuns do prédio, mantenha o controle e esteja atento para evitar, ou manejar adequadamente, encontros com pessoas ou outros animais.

* Durante o Passeio

Ao sair do prédio, leve-o logo a um lugar adequado (canteiro, meio fio, etc) para aquele primeiro e esperado xixi. Deixe que cheire um pouco em volta e se alivie o quanto precisar. Não esqueça o saquinho coletor de fezes e evite que ele faça xixi onde as pessoas passam. Feito isso, é hora de começar a caminhar.

1. Ritmo e foco

Defina um primeiro estirão de caminhada, ou seja, até onde vocês caminharão sem pausar. Pode ser um quarteirão, ou dois, ou mais, vai depender de você e do seu peludo. Para um Chihuahua, um quarteirão já é um tanto, para um Labrador é quase nada.

Caminhe com ritmo até onde definiu, sem paradas para cheirar ou marcar todos os postes do caminho. Se ele tentar parar, não deixe, agora é hora de focar em você e no exercício e não no mundo a volta. Ele deve andar ao seu lado, nem na frente, nem atrás, e sem zigue zagues. Isso não significa rigidez, mas estrutura e segurança, já que você verá coisas no chão, ou mesmo outros cães ou pessoas que surjam no caminho ao mesmo tempo que ele, e não só depois como acontece quando ele vai lá na frente. Isso também reforça o sentido de companheirismo e conexão, afinal, vocês estão passeando juntos! Não se deixe arrastar, nem o arraste, se ele não sabe ainda andar ao lado, procure um treinador para te ensinar como fazer.

Dica: Fazer meia volta sempre que ele adiantar, muitas vezes ajuda. Nos primeiros dias você parecerá meio doido(a), indo e vindo vinte vezes no mesmo caminho, e pode demorar para o passeio avançar, mas é um bom investimento no futuro.

2. Momentos para cheirar

Chegando ao ponto pré determinado por você, é hora de relaxar um pouco e cheirar em volta, fazer mais um xixi e quem sabe socializar um pouco. O olfato é a principal forma dele interpretar o mundo, então respeite esses momentos de exploração, eles o ajudarão a relaxar e aumentam sua satisfação.

Você pode intercalar vários períodos de caminhada com de relaxamento, ou pode ter uma grande caminhada, por exemplo até o “Parcão”, e lá ele vai cheirar e relaxar por um tempão. O importante é ter ambas as fases no passeio.

Dica: Estabeleça sinais claros: um comando como “vamos” na hora de andar, e “pode cheirar” quando for a hora, para que ele saiba o que você espera dele.

3. Interações sociais

A socialização, tanto com humanos quanto com outros cães é muito importante, desde que de forma controlada e respeitosa. Observe a linguagem corporal do seu cão. Ele gosta de estranhos? Gosta de outros cães? Se ele gosta, ótimo, nos momentos de relaxamento, ele deve interagir o máximo possível, tanto com humanos como com outros cães. Mas sempre observe o outro cão antes de permitir aproximação, e pergunte ao seu tutor se a interação é bem-vinda, já que pode ser que o outro cão não seja sociável. Principalmente para cães jovens socializar é muito importante. Porém, essas experiências devem ser tranquilas e positivas, então evite situações que possam assustá-lo e gerar uma resposta agressiva, tanto com humanos quanto com outros animais.

Mas se seu cão não gosta de estranhos, nem de outros cães, respeite-o. Avise as pessoas que ele não gosta de ser tocado ou cheirado. Não force interações que o deixem com medo ou agressivo. Mas ao mesmo tempo ensine-o a tolerar a presença de pessoas e outros cães ao seu redor. Ele não precisa interagir, mas não pode agredir, isso é educação e ele tem que aprender, já que só assim poderá ir com você a qualquer lugar.

Dica final: O passeio ideal é aquele que equilibra exercício, disciplina, cooperação e a possibilidade do cão exercer seus comportamentos naturais. Lembrando que cada cão é um indivíduo, seja observador, paciente e consistente. Esse momento, além de essencial para a saúde física e mental do cão, é uma oportunidade valiosa para estreitar os laços de confiança e respeito e amor entre vocês, aproveite!

Se a gente não pode … eles podem?!

Essa semana me peguei, mais uma vez, lendo rótulos no supermercado e tendo um trabalhão para decidir o que comprar ou não, pensando o que quero ou não colocar para dentro do meu corpo, já tão exigido nessa vida corrida e estressada que levo hoje. Siglas e nomes estranhos para conservantes, corantes e açucares disfarçados … que coisa cansativa! Comecei a pensar em como anda difícil comer nos tempos atuais …

Quando o assunto é nutrição, para qualquer espécie, existem várias linhas de pensamento diferentes: onívoros, carnívoros, vegetarianos, veganos, keto, low carb, paleo, grain free, plant based e muito mais. Cada linha tem seus defensores e detratores, mas tem um ponto no qual todo mundo concorda: o maior mal da alimentação atual são os ultraprocessados. Ninguém discorda que a nossa saúde precisa de mais comida de verdade e de menos caixinhas e latinhas. Existe até o lema – escasque mais, desembale menos.

Então por que quando falamos dos nossos amados pets, ainda achamos normal que eles passem a vida comendo ultra processados feitos com subprodutos rejeitados no mercado humano e cheios de siglas e nomes misteriosos? O que nos levou a aceitar tão facilmente que bolinhas secas fossem a melhor opção para nossos cães e gatos?

Eu tenho um pensamento sobre isso, que vou dividir aqui com vocês.

Acho que tudo começou com uma informação verdadeira e importante: cães e gatos têm necessidades nutricionais diferentes das nossas e por isso a comida deles precisa ser feita especificamente para eles. Restos da nossa comida não podem ser dados aos nossos pets, a não ser que seus pets sejam as minhocas na composteira … e mesmo assim tem coisa que não pode.

Há uns 30 anos, quando houve o boom das rações, essa informação genuína foi usada para criar uma grande insegurança em relação a se fazer a comida dos pets em casa. Por certo ângulo, isso foi bom, já que é um ponto muito importante e que era pouco falado. Mas por outro foi muito conveniente para essa grande indústria que começava sua expansão.

Junto com isso houve a grande migração das pessoas de casas para apartamentos, a diminuição dos núcleos familiares, dos espaços, o aumento de gente morando sozinha e a falta de tempo ou mão de obra em casa para cozinhar para si, quanto mais para o pet. Eu mesma, quando tive meus primeiros gatos e depois os cães, levei em conta que comeriam uma boa ração, e eu não precisaria pensar em comida para eles. É prático demais ter um saco de uma coisa que não estraga num cantinho, e servir uma caneca de manhã e outra a noite para os peludos.

O tempo passou, as rações foram se desenvolvendo e especializando cada vez mais, o marketing foi ficando mais atrativo, as fórmulas também, e nós esquecendo que todo ser vivo precisa de comida de verdade, não só de premix vitamínico-mineral, para viver bem.

Isso durou até uns 15 anos atrás, quando alguns veterinários e tutores começaram a questionar se o grande aumento das doenças em pets e o fato de aparecerem cada vez mais cedo, poderia ter relação não só com o “estilo de vida moderno” que os pets passaram a ter, mas também com a sua alimentação. Nutricionistas veterinários foram aparecendo e se multiplicando nas clínicas (eles sempre existiram, mas trabalhavam para as fábricas de rações), o assunto alimentação natural tomando força e os resultados positivos aparecendo aos montes.  

Surgiram as primeiras empresas de alimentação natural para cães e gatos, com estudos e pesquisa sérias, contratando nutricionistas de ponta para formularem receitas completas e adequadas para seus clientes. Nós da Okena PetChef estamos nesse grupo pioneiro, e orgulhosas de fazermos parte desse lindo movimento de volta à saúde alimentar. Se você quiser saber mais dessa história, dá uma olhada nesse link.https://blog.petchef.com.br/diversos/conhecer-para-cuidar-sobre-lendas-e-porque-eu-resolvi-fazer-alimentacao-natural-para-pets/

Quando à praticidade, depois de inventado o ultra congelamento a vácuo e a entrega em casa … tudo resolvido. Tirar um saquinho da geladeira, abrir, servir metade e guardar o resto para depois é fácil demais! E com isso nossos pets ganham ingredientes frescos, como os da nossa comida, cozidos no vapor, sem conservantes, sem corantes e sem siglas ou números misteriosos. Somente o máximo de sabor e nutrição. Parece uma escolha óbvia, não?

Mas uma questão ainda continua … por que muita gente ainda tem resistência em trocar as bolinhas secas por comida de verdade? Por que as grandes marcas ainda geram mais confiança que os profissionais da nutrição ou as empresas menores que os contratam?   

Eu acho que é um processo. Assim como nos anos 80 muita gente acreditava no discurso marketeiro de que “fórmula” era melhor que leite materno, e papinha Nestlé tinha tudo de bom para os bebês, nós resistimos a aceitar que o saco da empresa famosa alí no canto não é a melhor comida para o meu pet. E ainda temos desconfianças em relação a empresas pequenas e profissionais autônomos, que curiosamente não temos em relação às grandes indústrias impessoais.

Ah, e ainda tem a questão que para nós, humanos, tem a parte do apego às porcarias, que é grande e difícil de mudar. É praticamente impossível alguém preferir um prato de salada a uma boa pizza, é fato! Mas para os pets … nem isso! É fácil demais mudar, pois eles adoram comida de verdade!

Preciso fazer uma ressalva em relação a tudo isso que falei. É o caso muito especial dos abrigos, ONGs de resgate, cuidadores de animais de rua ou comunitários e outros que manejam um grande número de animais. Nesses casos, a máxima “o ótimo é inimigo do bom” é verdadeira. As rações secas acabam viabilizando uma nutrição mínima, mas adequada, para essas populações. As chamadas “rações de combate” já salvaram da fome milhares de animais. Mas isso é outro assunto, que merece ser tratado com a devida atenção em outro momento.  

Então, para finalizar, deixo esse pensamento: Até onde a resistência a mudanças, aliada ao comodismo, pode estar custando a saúde dos nossos amados companheiros de 4 patas? Vamos pensar nisso?


Rio, abril de 2025
Daniela Prado
Sócia Fundadora Okena PetChef
Especialista em Comportantento LordCão Treinamento de Cães

Gostou desse texto? Quer saber mais sobre longevidade para seu pet? Ou sobre superalimentos fáceis de oferecer para seu pet? Ou aprender a manejar um peludo “ruim de boca”? Temos tudo isso aqui no Blog, divirta-se!

“Cuidado, não chega muito perto que ele é ciumento.”

Essa era uma frase bem comum quando eu fazia consultoria. Às vezes era do dono, às vezes da caminha, da comida, dos brinquedos … às vezes de tudo! E geralmente as consequências disso eram o motivo pelo qual eu estava chegando naquele lar.

Mas qual é a definição de ciúmes?

Dicionário Aurélio:

Dicionário Michaelis:

Então … lendo essas definições, será que os cães têm mesmo ciúmes?

Há controvérsias, mas eu sou do time que diz que não. Cães não têm a complexidade de sentimentos, emoções e paranoias necessários para um quadro de ciúmes. O que eles têm é muito mais simples, e muito mais direto – posse e proteção de recursos (sim, você é um recurso, já já falaremos disso).

Um cachorro vai dar valor a uma série de recursos em sua vida. O “grau” desse valor, vai depender em princípio do indivíduo (genética), e sem seguida da sua história (ambiente).

Quais são os recursos básicos mais comuns para qualquer animal (inclusive humanos)?

1.comida/água; 2.abrigo; 3.segurança; 4.prazer.

Quando trazemos um cão para a nossa família, damos a ele tudo isso, e ainda mais, pois nossa atenção e o vínculo que se forma entre nós permeia todos esses tópicos. Ele percebe o nosso cuidado ao dar comida, ao manter a água sempre limpa, ao dividir com ele uma casa segura, dar uma caminha só sua, ou deixa-lo subir no sofá ou cama conosco. Nós adicionamos à vida dele um recurso muito valioso, tanto que passa a ser fonte de outros dois (segurança e prazer): o nosso amor.

Então, quando ele começa a exibir comportamentos que para nós humanos parecem ciúmes, ele está, na verdade, apenas tentando manter o controle sobre esse recurso tão valioso.

Se voltarmos aos dicionários, teremos:

Dicionário Aurélio:

Dicionário Michaelis:

Comparando essas definições com as de ciúmes do início do texto, para mim fica claro que os problemas que vemos com tantos cães não são por ciúmes, mas sim, por necessidade de posse e controle de seus recursos.

Mas por que essa definição é importante? Que diferença faz? Muita!

Se eles realmente tivessem ciúmes seria muito mais complicado resolver o problema, já que envolveria emoções complexas como medo da perda do relacionamento, insegurança afetiva e comparação social. Já a posse e proteção focam no desejo de controlar o recurso e o acesso a ele, só isso. Bem mais simples, apesar de talvez menos lisonjeiro para o nosso ego…

Cães pouco socializados ou mais inseguros são mais propensos a desenvolver problemas de possessividade. A falta de exposição a diferentes pessoas, animais e situações faz com que se sintam ameaçados facilmente, e para compensar, tentem controlar ao máximo seu ambiente conhecido, e os recursos existentes nele. E já sabemos que nós, humanos dos nossos cães, somos um desses recursos, então qualquer mudança na dinâmica normal de atenção (chegada de uma visita, por exemplo), pode ser vista como uma grande ameaça.

Ok, a teoria está linda, mas o que fazer então?

A primeira coisa é entender e internalizar que esse comportamento não é benéfico para o cão, não é agradável para ele e causa stress, mesmo que muitas vezes pareça engraçado ou fofinho, principalmente nos cães pequenos. Existe uma romantização desse “ciúme” por parte de nós humanos, principalmente se for em relação a nós. Nosso ego adora pensar que nosso cão nos ama acima de tudo e todos, ao ponto de não suportar dividir-nos com ninguém. Mas sinto dizer … a base do comportamento é a mesma quando é com você ou com o osso novo que ele ganhou. E isso fica muito claro quando o mesmo cão que não deixa ninguém chegar perto do dono, também não deixa esse mesmo dono tirar o osso novo da boca dele … em ambos os casos, ele está com medo de perder o recurso, e essa não é uma sensação boa.

Então, vamos aproveitar a relação amorosa e única que temos com nossos cães de forma saudável, deixando nosso ego de lado e entendendo que eles precisam da nossa ajuda para se adaptarem à vida na sociedade e desfrutá-la ao máximo. Só nós podemos mostrar para eles como usarem seus instintos naturais de forma positiva num mundo de humanos.

O primeiro passo é fazer seu peludo se sentir seguro em seu dia a dia. Para isso, é importante o máximo de socialização. Passeios, encontros com pessoas e animais novos, cheiros diferentes, sons, terrenos, tudo vai ensinando a ele a lidar com mudanças e imprevistos de forma positiva e prazerosa, e vai fazendo dele um indivíduo mais seguro e feliz. Ao mesmo tempo, regras têm que ser introduzidas, ele precisa saber o que pode, e o que não pode. Exemplo: uma criança veio correndo e o assustou: ele pode se afastar e evitar contato; ele não pode morder.

Treinamento básico é uma benção para qualquer cão, é como a alfabetização para nós, abre um mundo de possibilidades de comunicação. Dá muita segurança para ele entender o que você está dizendo, saber o que se espera dele em cada situação. Não é maldade ensinar um cachorro a obedecer, maldade é deixa-lo inseguro e confuso, sem saber como agir ou reagir aos diferentes acontecimentos.

Outra fonte importante de segurança para ele é a previsibilidade de rotina. Isso às vezes é desafiador na nossa vida corrida, mas dentro do possível, o ideal é que ele tenha estabilidade. Exemplo: ele dorme na caminha dele no meu quarto. Quando eu acordo, abro a porta e vou até a cozinha para ele beber água e fazer xixi. Quando tomo meu café, dou a comida dele e depois saímos para passear. Voltamos, ele fica em casa e eu saio para o trabalho. Chego em casa do trabalho, saímos para uma voltinha, e quando eu janto dou a comida dele.  Claro que existem milhões de variações: crianças, outras pessoas na casa, passeadores, faxineiras, home office, a vida de cada um nessa rotina, mas ele ter alguns pontos de certeza faz muita diferença.

Por fim, ensinar a ele que os recursos estão seguros e disponíveis, ele não precisa brigar por eles.
Exercícios como:

E por último, mas não menos importante, ensinar que comportamentos agressivos não são aceitáveis, nunca. Ele nunca pode conseguir o que quer através de ameaça ou agressão. Rosnou quando você passou perto do prato? Não se afaste, fique lá, ou até se aproxime mais, até que ele pare. Rosnou para tirar o brinquedo? Tire assim mesmo (se achar que ele vai morder, coloque uma luva, ou enrole a mão numa toalha), devolva e repita, até ele parar de rosnar. Entrou entre você e outra pessoa no sofá? Coloque-o para o outro lado, ou no chão, e não deixe voltar. Rosnou quando alguém feio falar com você? Afaste-o de você e continue falando com a pessoa.

Importante : em todos esses exemplos, se o quadro de agressão já está instalado, ou seja, o peludo já faz isso rotineiramente, não está só começando e testando limites, ou se ele fica seriamente agressivo, procure a ajuda de um bom treinador. Lidar com essas situações pode ser desafiador, e até perigoso, você precisará de ajuda. Mas não desista, afinal, cachorro é tudo de bom, vai valer a pena 😊.



Cuidando deles e de você

Coisas que só acontecem com quem tem pets…
Eu ontem ouvi do meu médico o seguinte; “se você fizesse com você o que faz com seus cachorros e gatos, seus exames estariam melhores …” :-/ .

Acho que vou bloqueá-lo no Instagram …

Mas passada a piada, fiquei pensando … é verdade, né? Se olharmos bem, nós e nossos pets temos necessidades bem parecidas para uma vida longa, saudável e feliz.

Se pegarmos o livro “The Forever Dog” da Dra. Karen Becker e Rodney Habib, veremos que os pontos principais das pesquisas deles sobre longevidade dos pets são os mesmos que ouvimos dos nossos médicos sobre as pesquisas para humanos. Mas será que no nosso dia a dia, nós prestamos a atenção devida a esses pontos tão importantes? Tanto para eles, quanto para nós? Vamos ver:

1. Nutrição: A Base da Saúde

São 3 pontos principais:

1.1. A importância de uma dieta baseada em “comida de verdade”: alimentos integrais e minimamente processados, proteínas de alta qualidade, gorduras saudáveis, vegetais e ervas.

1.2. Os riscos de rações/alimentos ultra processados e com alto teor de carboidratos ruins, que contribuem para a inflamação crônica do organismo e para o aparecimento de doenças como obesidade, diabetes e alguns tipos de tumores.

1.3. A variedade na dieta é destacada como fundamental, pois fornece um espectro mais amplo de micronutrientes e pode prevenir deficiências e alergias alimentares.

Bom, meus pets estão 100% dentro desses quesitos, já que as comidas da Okena PetChef resolvem todos os itens acima lindamente. Já eu … estou bem no 1, sou vegetariana e no geral eu “como bem”, só escorrego na pizza e massas mas não é tanto assim, então ok. No 2 estou bem, raramente como ultraprocessados e evito farinhas. No 3 … tem espaço para melhora … variedade não é meu forte.

2. Estilo de Vida Ativo, física e mentalmente.

2.1. Regularidade de atividades físicas diárias adequadas para a raça, idade e condição do cão. Elas ajudam a manter o peso ideal, fortalecem o sistema cardiovascular, imunológico e aumentam a expectativa de vida.

2.2. Exercícios mentais são importantes para a saúde cognitiva. Aqui entram treinamentos de obediência, brincadeiras interativas, e atividades que ofereçam estímulos visuais, olfativos e táteis, além de resolução de problemas.

2.3. Evite o sobrepeso, ele reduz a longevidade.

Aqui, com exceção da Piolha (minha gata neuropata com problema de locomoção) que dorme literalmente 2/3 do dia, o resto está super bem. Os cães jogam bolinha todos os dias, nadam todo fim de semana, fazem aulinha LordCão de obediência e treinos de faro de objetos. E a dieta Okena mantém todo mundo no corpinho certo.  E eu? Bom, se a gente considerar “adequadas à raça e idade” uma buldogue de 17 anos … eu tô bem à beça, hehehe. Jogar bolinha para eles, será que qualifica? Netflix é exercício mental se o filme for de mistério? O item 2.3 vou ignorar. Ou seja, reprovada com louvor … 

3. Cuidados Preventivos

3.1. Check-ups regulares com um veterinário são essenciais para a detecção precoce de problemas de saúde.
3.2. Protocolo de vacinação personalizado com teste de titulação e acompanhamento individual.
3.3. Utilização de tratamentos integrativos como acupuntura, quiropraxia, fitoterapia, etc, sempre que possível.

Nesse ponto estamos todos bem😊. Cães, gatas e humana têm excelentes médicos e fazem todo o resto. Aleluia!

4. Redução da exposição a toxinas:

4.1. Minimize o uso de pesticidas, herbicidas e produtos químicos de limpeza.

4.2. Opte por produtos naturais sempre que possível.

4.3. Use água filtrada, em filtro de qualidade, que além de impurezas e químicos reduza também metais pesados.

Isso é o obvio, né? Não só para nós e nossos pets, mas para o meio ambientes e todos os seres que nos cercam. Respeite a vida, não polua sua casa, seus pets, nem seu planeta. Nesse item também estamos aprovados aqui em casa 😊.

5. O Papel do Amor e do Compromisso

Por fim, mas não menos importante, o amor e o compromisso que dedicamos aos nossos pets têm um impacto imensurável em suas vidas. A conexão emocional, o carinho e o tempo de qualidade que passamos com eles são fundamentais para seu bem-estar geral. E para o nosso!

Esse talvez seja o ponto mais simbiótico dessa relação. Toda a atenção, carinho e companheirismo que oferecemos aos nossos pets reflete diretamente em nossa vida também, no nosso bem estar e na nossa longevidade. Todos os estudos para humanos falam da importância da conexão, da empatia e das amizades para a nossa longevidade. Muitos até mostram como os pets nos ajudam nisso. Então nunca esqueçamos que essa relação tem 2 lados, e eles também precisam sentir essa conexão e compromisso. E compromisso significa fazer tempo, criar circunstâncias para estar com seu pet. Vai almoçar com amigos? Marca onde tenha varanda e seu cão possa ir, e sai mais cedo para uma volta extra com ele antes do pessoal chegar. Vai ver um filme em casa? Traz a almofada preferida do gato para o seu lado e faz um cafuné, ou brinca com a varinha de penas dele enquanto olha seu feed no celular. Vai jantar na casa de alguém que não tem pets? Pergunta se pode levar seu cachorro. Você vai se surpreender com quanta gente adora uma visita canina!

Nesse item fico feliz em dizer que estamos super bem lá em casa, e espero que você também esteja!
Nos anteriores … sempre dá para melhorar, para eles e para a gente! E você que é cliente Okena já sai na frente 😊. 

Espero que este artigo te inspire a integrar esses princípios na rotina do seu pet, e na sua, para que ambos tenham uma vida longa, saudável e feliz! Se precisar de alguma ajuda para descobrir mais sobre como ajudar seu pet a viver a melhor vida possível, estamos sempre por aqui para dar um apoio!

Daniela Prado, sócia fundadora da Okena PetChef e treinadora especializada em distúrbios comportamentais pela LordCão Treinamento de Cães desde 2002.

Rio de Janeiro de 2025

Comida de Cão serve pra Gato e Vice-Versa?

Será que existe muita diferença entre a comida do cão e do gato?

 

Muitas pessoas que têm cães e gatos na mesma casa se fazem essa pergunta: será que faz mal o cachorro comer a comida do gato? ou o gato a do cachorro? Vai fazer mal dar um pouco da comida de um para o outro?

Em geral, um cão ou um gato saudável não vai ter problemas se ocasionalmente comer a comida da outra espécie. Mas é importante que isto seja exceção e não regra!

Uma diferença fundamental entre cães e gatos é o tipo de necessidade nutricional

A razão para isso é que cada espécie requer um perfil nutricional específico para se manter saudável. Felinos e caninos são carnívoros, mas com uma diferença chave. Gatos são carnívoros estritos, ou hípercarnívoros, enquanto os cães são mesocarnívoros.

 

Um hípercarnívoro é:

  • Um animal cuja dieta possuí mais de 70% de carnes.
  • Eles podem comer frutas, grãos, fungos etc. mas precisam de carne para se desenvolverem bem.
  • Eles não têm a fisiologia necessária para digerir matéria vegetal de forma eficiente.
  • Alguns hípercarnívoros comem matéria vegetal especificamente para provocar o vômito.

 

Um mesocarnívoro é:

  • Um animal cuja dieta consiste em 30% a 70% de carnes.
  • Podem comer frutas, grãos, fungos etc.
  • São capazes de digerir e aproveitar nutrientes de matéria vegetal.
  • Podem sobreviver se alimentando apenas de matéria vegetal.

 

Importante ressaltar aqui que “sobreviver” não quer dizer viver bem. Cães podem sobreviver se alimentando apenas de matéria vegetal, mas para se desenvolverem bem e viverem com o máximo de saúde eles precisam comer carnes. Muitas vezes vemos pessoas se referindo aos cães como sendo onívoros e não carnívoros, mas isso não é correto. Em termos da taxonomia (classificação biológica), cães pertencem à ordem Carnívora e à família Canidae junto com outros mamíferos carnívoros. A quantidade de amilase (uma enzima que inicia a digestão do amido) na saliva do cão é quase insignificante, eles apresentam intestinos delgados curtos, inadequados para a digestão de carboidratos complexos, eles produzem sua própria vitamina C e possuem o pH estomacal extremamente ácido – todas características de carnívoros e não de onívoros como nós.

 

Gatos tem necessidades específicas de proteína animal, vitaminas e alimentos úmidos.

Como carnívoros estritos, gatos precisam comer carne e órgãos animais para satisfazerem suas necessidades nutricionais. Proteínas a base de plantas (grãos e legumes) não são substitutos adequados. Gatos não têm a enzima necessária para quebrar e usar a proteína vegetal de forma eficiente.

As proteínas derivadas de tecido animal contêm um perfil de aminoácidos completo para as necessidades dos carnívoros. Aminoácidos são os blocos que formam a proteína. As proteínas vegetais não contém todos os aminoácidos necessários para a saúde de um carnívoro estrito. Humanos, esses sim, onívoros, têm a capacidade fisiológica de transformar a proteína vegetal nos aminoácidos necessários à sua saúde, os cães conseguem até certo ponto, os gatos não conseguem.

Os gatos também precisam de muito mais proteína do que os outros animais. Filhotes de gatos precisam de 1.5 vezes mais proteína do que filhotes de cachorro. Gatos adultos precisam de duas a três vezes mais proteína do que um cão adulto. Os gatos também têm uma maior necessidade de um aminoácido específico que é encontrado apenas em tecido animal (cru) a Taurina.

Como os gatos evoluíram caçando presas diferentes dos cães, suas necessidades alimentares são diferentes. Por exemplo, eles têm necessidade elevada de vitamina A, que é naturalmente encontrada apenas em tecido animal,  e eles não têm a enzima necessária para converter o B-caroteno de plantas em vitamina A que é essencial para a visão, crescimento dos ossos e músculos, reprodução e saúde dos tecidos epiteliais.

Gatos também precisam de cinco vezes mais tiamina (vitamina B1) do que os cães. Um dado importante é que a tiamina não é estável nas rações comerciais comuns e seus níveis caem muito com tempo de armazenamento. Por isso muitos gatos que se alimentam somente de rações industrializadas têm deficiência de vitamina B1. O ideal é que tenham sempre grande parte da sua alimentação de comida fresca.

Outra característica biológica específica dos gatos é sua necessidade de consumir a maior parte da água através dos alimentos. Gatos domésticos, por terem evoluído de ancestrais que habitavam o deserto, não têm uma boa resposta às sensações de sede e desidratação quanto outros animais. Ou seja, eles não “sentem” sede, mesmo quando seu corpo precisa de água.

Diferente dos cães, que bebem água frequentemente, os gatos, mesmo quando alimentados com dieta seca, não sentem a necessidade de buscar outra fonte de água para compensar a diferença entre o que seus corpos necessitam e o que sua dieta fornece. Isso resulta em uma leve desidratação crônica, condição que eventualmente pode levar a doenças do trato urinário ou rins. Por isso é tão importante dar alimentos úmidos aos gatos diariamente.

 

Dietas específicas e de qualidade são a melhor opção para cães e gatos

O resumo da ópera é o seguinte:

  • Cães e gatos precisam de dietas específicas
  • Gatos não viverão bem comendo uma dieta para cães e vice versa.
  • A qualidade dos ingredientes é fundamental para que uma dieta aporte tudo o que um cão ou gato precisa. Por isso dietas fresca e com ingredientes de qualidade (igual aos para consumo humano) são as mais indicadas.
  • Como dificilmente conseguimos oferecer dietas totalmente naturais (teriam que ser cruas e com presas inteiras) é importante uma suplementação também específica para cada espécie. No caso dos gatos, é fundamental que a alimentação seja úmida.

Para saber mais sobre esse assunto e sobre alimentação de cães e gato, dê uma olhada nos links: Por que trocar a ração do meu pet por alimentação natural?, Alimentação Natural para Gatos, o segredo da longevidade, Animais Carnívoros