Comida Pet de Verdade!
Entregamos no RJ e em SP !

Meu cachorro não gosta de visitas, e agora?

 – Menina, o Fido não deixa mais ninguém entrar lá em casa, não sei o que fazer!”

Essa era uma frase comum de ouvir na minha época de consultora comportamental.

Mas por que um cachorro “resolve” não querer mais visitas em casa, e o que fazer para que o pequeno delinquente aceite receber seus amigos e funcionários de forma pacífica?

É importante entender que esse comportamento, como todos que envolvem agressão, pode vir de 2 lugares: dominância ou medo.

Se no geral o seu peludo é do tipo seguro de si, que marca muito território nos passeios, gosta de arrumar confusão com outros cães e até já tentou “botar limites” em você ou em mais alguém da casa, essa agressividade em relação às visitas deve ser por questão de dominância territorial. Ele simplesmente não gosta de estranhos em seu território e não confia no teu julgamento em relação a quem deveria ou não entrar em casa. Ele acha que tem o dever de proteger esse território e seus ocupantes.

Já se seu cachorro é normalmente mais inseguro, tem alguns medos e manias, e late muito e para qualquer coisa, essa agressão é basicamente por insegurança. Eu digo basicamente porque não é só isso … tem também a questão territorial, mas ela é subordinada ao medo.

Alguns sinais podem mostrar essa diferença

O cão dominante normalmente encarará a visita de frente, olhará fixo, sem latir, terá o rabo alto e normalmente deixará sua intenção muito clara. Ele poderá vir “ver qual é”, cheirar, rodear e só depois resolver morder. Muitas vezes buscará contato visual com a visita. Eu tive um encontro desse com um São Bernardo uma vez … Cheguei na casa, a dona abriu a porta e quando estávamos no meio do jardim ele veio. Andando devagar, mas decidido, de rabo alto, me rodeou, tentou contato visual (que eu evitei me virando de lado) e foi ficou me cercando. Perguntei se ele sempre fazia isso e a resposta foi: “sim, e aí, de repente, do nada, ele avança e morde! “ . Foi o tempo de eu disfarçadamente subir na mesa do jardim e dizer para ela segurá-lo e botar uma guia. Era um cão jovem (graças a Deus), começando a testar seu poder e sendo mal direcionado. Vivia no jardim, não tinha treinamento nenhum, nem nenhuma função construtiva, os responsáveis achavam que a raça era “grande e boba” e estavam pasmos com os “acidentes”. Treinamento, exercícios e muita disciplina colocaram o grandão no rumo certo.

Cães assim existem em todas as raças, tamanhos e cores, não é uma característica exclusiva dos cães grandes, ou de trabalho, apesar de ser mais comum neles. Mas já conheci Cockers, Lhasas, Sharpeis e até um Shih-tzu extremamente dominantes e agressivos.

Mas o mais comum na vida urbana das grandes cidades e pequenos espaços, são os inseguros. Cães com genética não selecionada, que moram em apartamento, têm uma rotina previsível, são expostos a poucos estímulos quando filhotes e mesmo depois, e com isso têm sua insegurança exacerbada. Sim, a insegurança não é criada, eles não “se tornam” inseguros. Eles já tinham a característica geneticamente, e ela floresceu pela criação. Nesses casos, geralmente a recepção dos intrusos, ops, visitas, é acompanhada por latidos mis, muita agitação física, um vai e vem danado e nos casos mais graves com bater de patas no chão e aquele latido rápido auauauauauaua num fôlego só. Quando chegam a morder, é geralmente no pé/canela quando a pessoa vai andar, e/ou na coxa ou bunda se o incauto virar de costas (e se ele alcançar, rsssss).

Quando o cão é pequeno, a coisa é mais manejável, mas quando o inseguro é grande … pode ser extremamente perigoso, mais até do que o dominante, pois ele não tem equilíbrio emocional, e não sabe medir a agressão para o fim que deseja.

Dito tudo isso, o que fazer?

A primeira coisa é ter em mente que isso tem solução, dá um trabalhinho, mas tem. Se você puder contar com a ajuda de um bom treinador, que avalie o cão a adapte uma rotina para ele, é o ideal. Mas no geral, as ações abaixo podem pelo menos ajudar.

Dois conceitos são muito importantes de serem entendidos:

1. Ele vai ter que aprender que quem manda na casa é você e não ele. Sinto muito, é preciso, por mais preguiça que te dê.

2. Se ele aprender a naturalmente gostar de visitas, tudo fica muito mais fácil.

Então mãos à obra – aqui vão os passos:

* comece o treino com uma visita convidada para isso, que goste de cachorro e esteja disposta a ajudar. Oferecer jantar e um bom vinho costuma ajudar a conseguir adesões 😉.

* coloque o meliante numa guia longa ANTES da visita chegar. Quando ela chegar, receba-a com ele na guia mais para trás de você.

* se começar o escândalo, corrija. Mesmo que seja antes da visita entrar, o que muitas vezes acontece. Não é para ser forte, nem machucar, claro. Mas tem que ser efetivo, com determinação suficiente para que ele saiba que você não aprova essa atitude. Mesmo que você não consiga que ele pare, persista. Não o deixe ficar rolando, indo e vindo, nada disso, ele tem que ficar do seu lado.

* ao mesmo tempo, a visita será munida com o petisco mais amado do mundo pelo cachorro. Nessa hora vale pedaço de queijo, rodelinha de salsicha, pedacinho de fígado. Tem que ser algo que ele nunca ganhe fora dessa situação e ame.

* estará previamente combinado com a visita que ela, sem falar com o cão, jogará um pedacinho do petisco para ele ao menor sinal de silêncio, 1 segundo que seja. Por isso o petisco tem que ser muito especial, porque se for o de sempre, ele não vai querer, e ele tem que querer! Quando ele pegar, você, ou quem estiver com a guia, vai elogiar. Se ele comer, mas voltar a latir em seguida, tem que corrigir de novo, e de novo, e de novo. * e assim vamos. A visita senta na mesa, ou no sofá, vcs conversam, e ela de vez em quando joga um pedacinho do petisco para ele. Geralmente depois so segundo pedaço ele começa a prestar uma certa atenção na visita e volta a latir só quando ela se mexe, rssss. Será corrigido, quando ficar quieto de novo, ganhará outro pedacinho. Ele ficará na guia o tempo todo, para poder ser corrigido quando necessário.

* o que é muito importante aqui é o timming. Isso é muito, MUITO importante. Você tem que ficar muito atento para não dar o petisco quando ele latir ou rosnar, ou estiver com atitude agressiva, tem que ser quando ele relaxar ou mostrar curiosidade quanto à visita, nem que por meio segundo. Porque se você premiar errado … estará premiando a agressão e aí vai ser um desastre.

* mesmo que ele pareça relaxar, mantenha a guia, e mantenha-o perto de você, nada de confiar rápido demais e ele, uma vez solto, se aproveitar e grampear o tornozelo da sua amiga logo quando ela já estava saindo da sua casa (experiência própria, mais uma vez …). Isso estragará todo o trabalho anterior.

* faça a mesma rotina para todas as situações com visitas, entregadores e até funcionários, se ele for do tipo que nem a eles aceita. Claro que nem sempre você poderá ficar treinando, mas nesses casos, mantenha-o na guia perto de você e não solto na casa latindo atrás da pessoa sem consequências.

* você vai perceber quando ele começar a não querer latir tanto, mas sim ficar feliz com a chegada da visita, curioso e interessado no petisco. Não tem problema essa amizade interesseira, ele precisa de 3 a 4 meses para internalizar e solidificar o novo aprendizado e as novas emoções. Então, mantenha a rotina, mesmo que ele já esteja confiável o suficiente para ficar solto. Se ele no meio do caminho passar a gostar de carinho dos estranhos, ótimo, pode ir substituindo os petiscos por carinhos, é o cenário perfeito.

* ao mesmo tempo, é interessante manter uma boa rotina de passeios, para ele exercitar o físico e o mental. Se puder leva-lo a novos lugares, a lugares movimentados, lugares onde ele sinta novos cheiros, veja novos movimentos, se distraia e se canse, será muito bom.

Não tem como eu dar uma ideia de quanto tempo aplicando essa rotina será preciso, pois isso depende de muitos fatores. Temperamento do cão, rotina de treinamos, paciência, não fazer exceções, tudo isso influencia.

Pense que é um processo, que levará seu cachorro a ser mais feliz e mais relaxado. Ele também é uma forma de fortalecer os laços entre você e seu cão, já que ele passará a confiar mais na sua liderança. Não precisa ser difícil, basta ter paciência e treinar, sem pressa, mas sem pausa!


Rio, setembro de 2025
Daniela Prado
Sócia Fundadora Okena PetChef
Especialista em Comportantento LordCão Treinamento de Cães

Gostou desse texto? Quer saber mais sobre longevidade para seu pet? Ou sobre superalimentos fáceis de oferecer para seu pet? Ou aprender a manejar um peludo “ruim de boca”? Temos tudo isso aqui no Blog, divirta-se!

Criar um pet: do mito à prática com tranquilidade.

Image of confused man in glasses raising hands and shrugging complicated, standing near black pug dog over white background.

Adotar um novo pet é sempre uma excitação. Empolgação, preocupação, alegria, medo … vem tudo junto. Será que vou dar conta? Ele vai ser feliz? Vai ficar saudável? Algumas dúvidas, transformadas em verdadeiras polêmicas na era das mídias sociais, acabam atormentando as pessoas nessa hora tão delicada.

Onde o peludo deve dormir? O que ele deve comer? Devo levar no Parcão? Treinar? Castrar? São muitas as perguntas, e muitas respostas que às vezes só confundem mais ainda.

Depois de 25 anos de consultas e acompanhamentos comportamentais, treinamentos e hospedagens, ouso dizer que as respostas não são tão complicadas assim … tem é muita gente que gosta de complicar o simples e natural.

Começando pela chegada em casa e a frase feita: “se ele não dormir sozinho desde o primeiro dia, nunca vai acostumar”. E aí temos 2 semanas de gritos e uivos a noite inteira … um stress para o filhote, a família e a vizinhança. Isso parece natural? O bichinho (filhote ou adulto) acabou de chegar num lugar novo, não conhece ninguém e é deixado sozinho a hora mais vulnerável do dia … ele está errado em pedir socorro com todas as suas forças?! Por instinto ele sabe que sozinho ele pode morrer …

Não parece mais natural que ele durma inicialmente junto das pessoas, se sentindo protegido e acolhido nessa nova matilha e depois, conforme vai amadurecendo e acostumando com a casa, os barulhos, etc, vá sendo apresentado e habituado ao novo lugar de dormir? Durante o dia, com calma, sem pressa, mas com disciplina e paciência.
 – Ah, mas ele vai chorar quando mudar! Talvez, mas sem desespero e por menos tempo do que choraria lá naquele primeiro dia! Isso eu garanto.

Uma vez resolvida a dormida, temos a comida. Parece estranho ter que advogar que alimentação natural, balanceada e suplementada para as necessidades dele é melhor do que ração ultraprocessada. Mas isso são as loucuras da vida moderna. Você acha que se fosse possível ter bolinhas desidratadas realmente saudáveis, já não teríamos para nós? Já não estaríamos almoçando “refeição completa sucrilhos sabor lasanha”, ou mousse de chocolate … seria bem bom! Antigamente existia a questão da praticidade, mas hoje, com as empresas de alimentação natural que entregam a comida em saquinhos com a quantidade do dia, congelada a vácuo e em casa? Não há comparação. O tempo em que dizer “meu cachorro só come ração” era motivo de orgulho passou, e não voltará mais! Claro que vou deixar aqui no link da Okena PetChef para quem duvidar: www.okena.pet .

Em seguida vem a questão da “pracinha”, o famoso “Parcão”. Ir ou não ir? Essa é uma briga que tem defensores e detratores apaixonados! Mas de novo, vamos com calma. Inicialmente, a regra é ir, pois a maioria dos cães gosta e precisa de socialização e exercícios. MAS … e esse “mas” é em maiúsculas mesmo, observe os frequentadores habituais do local (cães e humanos) e o seu cão. Ele está gostando? Os outros cães e seus humanos são “sensatos” e seguros para ele? O ambiente é positivo e as interações também? Ou ele é pequeno, ou tímido, está com medo e os outros achando normal “juntarem” nele? Uma coisa é brincadeira que às vezes passa um pouco do ponto, acontece e é saudável, outra é bullying autorizado. Lembre-se, é para ser um momento positivo para ele, se não for, é melhor socializar em outro lugar, com cães e pessoas sob controle. Isso também vale se você descobrir que o delinquente em questão é o seu cachorro … seja sensato e não coloque o bem estar dele e dos outros em risco.

O que nos leva a … devo treinar? SIM! Aqui não há dúvidas. Lembrando que “treinar” significa você ir com ele em uma aula, seja em grupo ou individual. Ele aprenderá o significado das palavras, e o que os humanos esperam dele numa vida em sociedade. Você aprenderá a se comunicar com ele de forma clara, justa e objetiva. Ele aprenderá que é você quem toma as decisões pela dupla, e você aprenderá que não é para ter culpa ao dar comandos, pois ele é muito mais feliz obedecendo do que decidindo, acredite. Treinar dará a você a segurança necessária para viver tudo o que quiser com seu cão ao seu lado.

E aí chegamos no assunto mais polêmico … castração. É importante ouvir o seu médico veterinário sobre esse assunto, pois existem sempre novos dados, apontando prós e contras em relação à parte médica. Quanto à parte comportamental, é importante saber que ela tem mais impacto no comportamento de machos do que de fêmeas. Nos machos diminui a dominância, e com isso os comportamentos a ela associados, como marcação de território e agressividade (por dominância). Mas isso não quer dizer que ele vá “do nada” parar com esses comportamentos. Se castrado, ele ficará mais colaborativo e mais propenso a acatar regras e limites (como não fazer xixi na casa toda, não morder conhecidos e não brigar). Mas tudo isso terá que ser ensinado, e os comportamentos errados corrigidos, não é milagre. Já nas fêmeas, ela evita o cio, que pode ser um problema na vida urbana, e que é muitas vezes um gatilho para brigas entre fêmeas da mesma casa. Resolve também a “gravidez psicológica”, que não é nada psicológica, mas sim hormonal, e atormenta muitas fêmeas. Por conta disso tudo, mais uma vez você tem que avaliar a condição particular do seu cachorro ou cadela, e decidir o que será melhor para a vida dele como um todo, e para a rotina de bem estar de vocês.

Ter cachorro é uma experiência única e transformadora, que deve ser vivida com responsabilidade, mas também com tranquilidade. Espero que as dicas acima te ajudem a aliviar algumas das dúvidas mais comuns. Tem outras? Escreve para a gente! Quem sabe viram outro texto?

Rio, agosto de 2025
Daniela Prado
Sócia Fundadora Okena PetChef
Especialista em Comportantento LordCão Treinamento de Cães

Gostou desse texto? Quer saber mais sobre longevidade para seu pet? Ou sobre superalimentos fáceis de oferecer para seu pet? Ou aprender a manejar um peludo “ruim de boca”? Temos tudo isso aqui no Blog, divirta-se!

 



 

Crescendo a família, a chegada do segundo pet!

Para muita gente, ter o primeiro pet é transpor um muro de dúvidas e inseguranças.  Medo de não dar conta, das mudanças na vida, de um monte de coisas. Às vezes ele vem no susto, às vezes depois de muito pensar. Mas o fato é que, depois que ele chega, a vida nunca mais será a mesma! A gente vê que dá conta sim, que é bom demais e que, quem sabe, ele poderia gostar de um irmãozinho …

Passada a empolgação, é importante levar em conta que não é um processo tão óbvio quanto pode parecer. Existem muitas variáveis na hora de escolher o novo peludo, mas algumas diretrizes podem funcionar na maioria dos casos.

A primeira coisa a pensar é: o seu pet gosta de outros? No caso dos gatos, se você nunca teve outro, é mais difícil de saber, já que dificilmente eles passeiam ou encontram outros, então vamos começar pelos cães, onde é bem fácil. Usarei o masculino para facilitar, mas tudo o que eu disser aqui cabe para cães e cadelas.

Se seu doguinho é sociável, cheira, brinca e convive bem na rua com outros cães, temos um bom começo.

O passo seguinte é pensar no nível de energia dele, e seu!

Se ele é jovem e cheio de energia, trazer um filhote pode ser ótimo. Vão se bagunçar o dia todo e um vai gastar a energia do outro. Mas você deve pensar se está preparado para o furacão que se instalará na sua casa pelos próximos meses. Vai ser divertido, mas é bom estar muito preparado.

Já se seu cachorro não gosta muito de outros cães, é tímido, inseguro ou agressivo, a escolha e adaptação do novo peludo terão que ser mais cuidadosas. É importante começar bem, porque consertar a encrenca depois pode ser complicado. Um erro muito comum é se achar que o novo cão deverá ser filhote para que o outro aceite melhor, isso não é verdade.

Para cães mais tímidos ou inseguros, os filhotes podem ser “demais”, e gerar um enorme estresse com sua necessidade de contato e interação constantes. A adoção de outro adulto, de baixa energia e temperamento compatível será uma escolha melhor. Nesses casos vale muito a pena levar o seu cachorro para ajudar a “escolher” o novo irmão. Testar como ele reage com diferentes “candidatos”, de tamanhos e sexo diferentes, e ver com quem se sente mais confortável. Não tenha pressa, controle a ansiedade e espere o “perfect mach” para ele.

Já se ele for meio agressivo, possesivo ou ciumento, tem-se que pensar se um adulto do sexo oposto pode ser a melhor opção, provavelmente será. Não só adaptação será mais rápida, como haverá menos chance de confusão no futuro.

Dependendo do indivíduo, será mais fácil ele aceitar um filhote (sempre do sexo oposto). Mas nesse caso vale pensar em chamar ajuda profissional para uma melhor avaliação e escolha ANTES de decidir pela nova adoção. Assim você terá mais chances de tudo correr bem, e ajuda durante o processo.

Bom, dito isso, vamos para o pós adoção, no caso dos cães. O que é bom ter em casa:

1. Espaços individuais: a não ser que você tenha um daqueles casos de amor à primeira vista e adaptação imediata, vale a pena programar de ter um cantinho separado para o novato descansar e dar descanso para o pet mais antigo. O ideal é que os espaços sejam próximos, e eles possam se ver. Um cercadinho de armar dividindo a sala, por exemplo, pode funcionar bem em apartamentos. Também vale usar esse espaço na hora da alimentação, para que cada um coma com tranquilidade. Conforme você perceba que eles estão mais confortáveis e procurando a companhia um do outro, o espaço pode ser unificado.

2. Atenção exclusiva: é muito importante que cada um tenha alguns momentos de atenção exclusiva, sem competição, sem confusão. Pode-se usar uma separação física nessa hora (um no quarto e o outro na sala, ou alguém sai para passear com um e outra pessoa fica com o outro), ou, se forem calminhos, aproveitar momento como escovação para uma “conversa” a dois, sem irmãozinho no meio. Outro momento bom para isso é o do treinamento, onde a atenção exclusiva é fundamental. Isso dá tranquilidade e fortalece o vínculo entre os humanos e cada cão separadamente. 3. Tudo o que é legal, deve ser feito junto: para reforçar o prazer da convivência, passeios, petiscos e brincadeiras devem ser feitos em conjunto. Isso associa a presença do outro à sensação de prazer que essas atividades geram em cada cão.

Agora passemos aos gatos. Com eles a coisa é diferente, pois não são animais de matilha, apesar de manterem relações sociais e muitas vezes muito próximas em si, principalmente se forem irmãos ou mãe e filho.

Geralmente com eles a introdução de um filhote é mais fácil, já que ele naturalmente procurará se chegar ao adulto. Mas se forem gatos vindos de colônias, ou abrigos, muitas vezes já são acostumados com outros, e tudo corre facilmente. Se não forem, e forem 2 mau humorados … vai dar um trabalhinho. Mas … cada caso é um caso. Para um gato já mais velho, ou tímido, outro adulto sociável mais “na dele” pode ser menos estressante do que uma bolinha de pelos elétrica e interativa.

De qualquer forma o ideal é que você prepare um cômodo para o novato, com comida, água, banheiro … tudo para ele ficar por lá uns tempos. Assim o gato da casa sentirá o cheiro dele, saberá que ele está lá e poderá se acostumar aos poucos. Para mim sempre funcionou bem fazer assim e ir abrindo a porta e deixando se verem aos poucos. Primeiro de longe, depois deixar trocarem de cômodo, até irem se aproximando, ficando um de cada lado da sala, sempre sob supervisão, e depois separando de novo. Aqui o segredo é paciência, levando em conta que é normal demorar até 3 meses para uma adaptação completa. Usar feromônios comerciais pode ajudar também, e a regra de fazer as coisas agradáveis juntos (brincar, dar petiscos, etc) também  vale para os felinos.

O importante é lembrar que o objetivo da empreitada é ficarem todos mais felizes, humanos e pets, então, pode dar um trabalhinho no início, mas depois, serão anos de felicidade, afinal, não tem nada melhor que um sofá cheio num domingo à tarde, não é?

Aqui na Okena, a gente acredita que a alimentação é só uma parte — uma parte enorme — do que faz pets e humanos mais felizes.
Pra todo o cuidado que vai além da “tijela”, tem nosso blog, nossas redes e nossos conteúdos, sempre com carinho e informação de verdade.
Conte com a gente.
Afinal, #SomosOkena

Rio, julho de 2025
Daniela Prado
Sócia Fundadora Okena PetChef
Especialista em Comportantento LordCão Treinamento de Cães

Gostou desse texto? Quer saber mais sobre longevidade para seu pet? Ou sobre superalimentos fáceis de oferecer para seu pet? Ou aprender a manejar um peludo “ruim de boca”? Temos tudo isso aqui no Blog, divirta-se!

Mudança sem traumas

Como fazer a mudança sem traumas para o pet

Dia desses eu estava andando na rua e vi uma mudança chegando. Parei para que um sofá passasse e vi entrando no prédio uma moça que gritava para outra: “Sobe logo com ele, ele está histérico”. Na guia aos seus pés, um cachorrinho latia, rodava e avançava em tudo. Ela viu que eu prestava atenção, olhando com simpatia, então deu um sorriso amarelo e disse: “Ele ficou estressado demais com a mudança, até me mordeu e não come há 2 dias”. Morri de pena de todos os envolvidos. Lembrei de quantas vezes, na minha rotina de atendimentos da LordCão, fui chamada para ajudar cães que estavam “esquisitos” depois de uma mudança de endereço. Insegurança, falta de apetite e até agressividade às vezes apareciam no novo endereço, aparentemente sem motivo.  Mas como sabemos que nada com cachorro é sem motivo, depois de alguma conversa e observação, ficava claro que o peludo estava na realidade confuso, ansioso e sem entender o que tinha acontecido.

Então, qual seria a forma ideal de lidar com nossos pets quando vamos nos mudar, para que tudo corra da forma mais tranquila possível?

Antes de mais nada, vale lembrar, que o ideal na vida de um pet, sobretudo um cachorro, é ter experiências variadas. Passear por lugares diferentes, conhecer novos lugares e eventualmente dormir fora de casa (viagem, hospedagem, fim de semana na casa da avó …) são experiências que todo peludo deveria ter. Elas enriquecem a sua existência, ensinam auto confiança e tranquilidade diante de novas situações e novas pessoas. E num momento de mudança, esse histórico pode ajudar muito.

Voltando para a mudança em si:

Começando pelos dias de preparo: para muitos cães, e alguns gatos, a presença de estranhos em casa, e mexendo em tudo, pode ser muito estressante. Fora a agitação da família e da equipe da mudança em si, eles não entendem o que aquelas pessoas estão fazendo, sumindo com tudo em sacos e caixas. Muitos cães ficam até protetores, e a maioria fica bastante ansioso. Gatos costumas se enfiar num canto e só sair quando tudo sossegar.

Por isso vale pensar em levar o peludo, sobretudo os cães, para uma hospedagem nessa hora. Geralmente o processo de embalagem demora um dia, depois tem o dia da mudança em si, e o dia seguinte (na casa nova) ainda de muita bagunça. Ou seja, 3 a 4 dias de caos, que ele não precisa presenciar.

Na hospedagem ele terá uma rotina diferente, num lugar diferente, sem ver nada de bagunça nas “suas” coisas, nem estranhos na “sua” casa. Estará de férias, enquanto os humanos enlouquecem.

Para que ele aproveite melhor, o ideal é que não seja a primeira vez que ele sai de casa, então, se ele nunca saiu e você vai se mudar, programe uma primeira hospedagem de fim de semana para ele acostumar e você já saber se ele fica bem.

Já no caso dos gatos, muitas vezes sair de casa é mais estressante do que ver a bagunça. Poucos gatos gostam de passear ou viajar, então a solução para esses é reservar um quarto para eles, onde não se mexa em nada, ou o menos possivel, até o último momento. Isso pode funcionar também para cães muito medrosos, ou muito idosos, que se estressariam muito ao sair de casa.

Temos então 2 possibilidades de manejo:

1. Se o pet estiver hospedado, ele sairá antes do encaixotamento das coisas e voltará diretamente para a casa nova, quando as coisas mais significativas já estiverem no lugar (camas, sofá, poltronas, mesas e cadeiras, etc).

Ele vai estranhar, claro, mas o cheiro familiar passará conforto para ele (leve tudo velho dele! Nada de aproveitar a mudança para refazer o enxoval do peludo, deixe isso para depois). Mantenha a rotina que tinham antes, os mesmos horários de comida e passeios (no caso dos cães) e tente se organizar para estar mais em casa nos primeiros dias para ficar de olho nele. No caso dos cães, se ele parecer ansioso, aumente o passeio, jogue uma bolinha, distraia-o de alguma forma. Só não use petiscos! Petiscos podem fazer com que ele ache que está sendo premiado por estar nesse estado, e nós não queremos isso.

No caso dos gatos, inicialmente pode-se colocar tudo dele em um cômodo, deixá-lo só nesse cômodo e esperar que ele demonstre tranquilidade e vontade de sair para explorar o resto na nova casa. Vale fechar alguns cômodos, e ir abrindo conforme ele se acostume com os primeiros. Se ele estiver muito agitado ou com medo, deixe nesse cômodo inicial pelo tempo que for preciso até ele relaxar, e tente brincar e animá-lo a interagir.

2. Se o pet não estiver hospedado, mas com você o tempo todo, o melhor é tentar isolá-lo o máximo possível do processo. Use o quarto que ele estiver acostumado a dormir como bunker, coloque tudo dele lá e não deixe que estranhos entrem. Como você vai fazer para fazer a mudança desse quarto vai depender de cada caso … e da sua criatividade.

Como exemplo prático, vou contar como fiz quando me mudei.

O Ludwig (cachorro) foi para a hospedagem na quinta de manhã, e o Simba e a Nala (gatos) ficaram. Eu mesma tirei o que pude do meu quarto na quarta-feira, e quando o pessoal da embalagem chegou, fechei os gatos lá, com comida, água e banheiro por todo o dia. A noite deixei saírem. Acharam meio estranho aquele monte de caixas e coisas enroladas, mas já não tinha ninguém estranho, então ficaram bem. No dia seguinte, trancados no quarto (e a chave no meu bolso para evitar acidentes) enquanto as coisas desciam para o caminhão. Quando chegou a hora de irmos (já tinham descido tudo, só faltavam os móveis do meu quarto), saí com eles nas caixinhas e seus pertences em sacolas direto para carro. Cheguei no apto novo junto com o caminhão e rapidamente, coloquei-os com todas as suas coisas no novo escritório. De novo porta trancada e chave no meu bolso. Conforme as coisas iam entrando, arrumamos o que deu, priorizando o meu quarto. À noite, quando tudo estava calmo, isolei cozinha e sala e abri a porta do escritório. Aos poucos, quiseram explorar. Corredor, meu quarto, banheiro … deixei. Não comeram bem esse dia, mas dormiram comigo normalmente, e no dia seguinte (sábado) já estavam mais relax, indo e vindo entre os cômodos. Quiseram explorar o resto do apto, deixei, e como estavam tranquilos, já botei banheiros e comidas nos lugares definitivos, e eles comeram e usaram os banheiros numa boa. O domingo foi dedicado à arrumação, mas sem estranhos em casa, então ficaram super bem.  Na segunda-feira, Ludwig chegou da hospedagem já com suas coisinhas todas arrumadas. Ele cheirou tudo ficou de olho meio arregalado, do tipo “porque tudo nosso está nessa casa estranha?”. Passeamos para relaxar, ele já animado com os novos cheiros da vizinhança. Comeu e dormiu bem e durante a semana foi relaxando cada vez mais. No fim de semana seguinte já estávamos todos “em casa”, felizes com nosso novo espaço.

Um ponto importante de mencionar, é que apesar de entendermos e respeitarmos o tempo de cada pet para se adaptar, as regras básicas da casa e de comportamento não podem ser negligenciadas por conta da mudança. O local do banheiro precisa ser mostrado e reforçado com consistência, talvez seja preciso corrigir latidos para barulhos novos na vizinhança e mostrar que não são nada demais. Isso tudo a partir do primeiro dia, pois é mais fácil já adaptar certo do que ter que corrigir depois. Com persistência, paciência e carinho, qualquer lugar rapidamente se torna um lar, afinal, o que nossos pets mais querem é estar conosco, não importa onde!  

 

Rio, junho de 2025
Daniela Prado
Sócia Fundadora Okena PetChef
Especialista em Comportantento LordCão Treinamento de Cães

Gostou desse texto? Quer saber mais sobre longevidade para seu pet? Ou sobre superalimentos fáceis de oferecer para seu pet? Ou aprender a manejar um peludo “ruim de boca”? Temos tudo isso aqui no Blog, divirta-se!

 

 










Conhecer para Cuidar: sobre lendas e porque eu resolvi fazer alimentação natural para Pets

Há 12 anos, a Okena nasceu de um desejo muito claro: mudar a forma como alimentamos os nossos pets.

Mas essa história começou anos antes, com duas perdas dolorosas que me fizeram questionar o que eu achava que sabia sobre alimentação para cães. Eu sempre cuidei de bichos, (sim, fui uma daquelas que ganhou o pintinho na feira que virou galo em casa…). Sempre segui as recomendações tradicionais, oferecia ração de qualidade, não misturava nada, e confiava que aquilo era o certo, o melhor. Mas a vida me ensinou de um jeito difícil que o “tradicional” nem sempre é o melhor.

Tem tantos mitos nos quais a gente acredita sem questionar … quando fiz minha formação de treinadora comportamentalista na LordCão, aprendi sobre vários, e por anos ajudei meus clientes a superarem essas falsas crenças que tanto atrapalham a vida dos cães e suas famílias. Mas de alguma forma, o mito da ração  industrializada permaneceu, as informações passadas pela indústria da alimentação animal sendo aceitas sem questionamentos.

Em 2005, eu tinha 5 cães, e de repente, em 2 anos perdi dois para o câncer, e a terceira acabava de ser diagnosticada. Todos com menos de 10 anos. Companheiros incríveis, para quem eu achava que dava tudo do bom e do melhor … não fazia sentido. Como cães tão bem cuidados poderiam desenvolver doenças tão graves tão cedo? Não podia ser “só genética”. Foi quando resolvi questionar o que sempre aceitei como verdade e a virar noites pesquisando e estudando.

Achei muita coisa interessante sobre o impacto da alimentação natural, mas tudo “lá fora”, até que … caí num grupo de alimentação natural para cães no Oktuk! Criado pela maior autoridade no assunto do Brasil, a Veterinária e Prof. Flávia Saad, da Universidade Federal de Lavras, era um fórum onde ela dividia estudos e dados, e ajudava quem queria fazer comida em casa. Eram verdadeiras aulas!

Não existiam empresas desse ramo no Brasil, então cada um tinha que se virar. Rapidamente eu, vegetariana, estava comprando não só o dobro dos meus legumes, mas também coração bovino, pescoço de frango, músculo, fígado, mocotó, sardinha …  eu ria para não chorar olhando meu carrinho. Mas Boneca merecia, todos mereciam. Ela ficou super bem, não emagreceu, não enjoou, e ficou linda e feliz até o dia em que São Francisco a quis como companhia, 3 anos depois.

A essa altura eu já tinha entendido que a conversa de “tecnologia na alimentação” era bem questionável e a alimentação natural tinha passado a ser regra em casa, para cães e gatos. Comprei um freezer, um belo processador e uns panelões. 3 horas dos meus domingos eram dedicadas a fazer comida para meus bichos, para a semana toda. Os resultados foram incríveis! Gita, que lutava com a obesidade desde sempre, àquela altura comida um pingo de ração e vivia com fome, entrou em forma em 3 meses, comendo um pratão e feliz da vida. Ludwig foi para a Exposição Nacional do Rottweiler e as pessoas ficaram loucas com sua forma física. Nessie e Vidya, ainda filhotas cresciam lindas e felizes. E os gatos … bom, na época tinham 12 anos. Uma viveu até os 20 anos, e o outro até os 21 … isso diz tudo, né?

Nas minhas consultorias comportamentais o tema central era sempre o bem estar do cachorro, além da harmonia na família. Eu ensinava as pessoas a ensinarem seus cães a conviverem na família e em sociedade, para que tivessem uma vida plena e feliz. Falávamos de todos os aspectos importantes, treinamento, educação, exercícios, afeto e … alimentação.

Na hora de falar de comida, eu dizia que fazia em casa e era um reboliço. Todo mundo achava o máximo, queria fazer também, mas … não tinha tempo, não tinha espaço, não tinha receita, etc, etc.

– “Abre uma empresa, Dani, abre!” Era o que eu mais ouvia. E morria de pena dos cachorros. Eu via a diferença na minha casa e queria espalhar a ideia. 

Então fui pensando: Eu abri a primeira hospedagem-spa do Rio, com espaço, interação, piscina e felicidade ao invés de canis ou gaiolas. Com a LordCão revolucionamos o conceito de adestramento, introduzimos aulas em grupo e a prática de ensinar ao dono, e não ao cão. Porque não “inventar moda” de novo e criar  a primeira cozinha de alimentação natural da cidade? Quem sabe …

E aí, como as coisas acontecem quanto têm que acontecer, apareceu na minha aula em grupo uma moça chama Antonia com uma filhote de Akita. Conversando, ela disse que só tinha conseguido controlar as alergias da Okami fazendo comida em casa … e então … alguns almoços depois …  nascia a PetChef. Foram meses de planejamento, obras, contratação de nutricionista, testes de receitas, sistema, site e todo o resto, até que em março de 2013 abrimos nossas portas!

E o resto é história! Crescemos, amadurecemos, pessoas saíram, outras entraram, nos mudamos, trouxemos dois dos melhores nutricionistas para nosso time, as melhores máquinas e os processos mais seguros, inovando sempre. Tudo isso sempre com cuidado e atenção de gente que gosta de verdade de animais e de fazer comida!

Depois de 12 anos, é muito bom ver como essa decisão impactou tantas famílias. Cada mensagem que recebemos, cada pet que ganha mais saúde e vitalidade, me confirma que esse caminho faz sentido.

Se há algo que aprendi nessa jornada, é que precisamos conhecer para poder cuidar. A Okena existe para quem, como eu, acredita que nossos animais merecem mais do que o básico. Eles merecem respeito, amor e escolhas conscientes.

Celebrar esses 12 anos é celebrar cada cliente que decidiu olhar além, que entendeu que saúde começa no prato e que optou fazer parte dessa mudança. Obrigada por fazer parte dessa história! Seguimos juntos, sempre aprendendo, sempre evoluindo.

Rio, março de 2025
Daniela Prado
Sócia Fundadora Okena PetChef

O passeio perfeito, existe ?

Este fim de semana eu estava vendo uns vídeos de “vida na fazenda” (sim, eu vejo essas coisas…), e prestando atenção nos cães, claro. Eles corriam, nadavam, sassaricavam o dia todo atrás dos humanos, até cansarem e se jogarem cada um num canto para repor as energias para o dia seguinte. É, assim é fácil ficarem em forma, saudáveis e felizes, pensei (com um ponta de inveja, admito), mas …  e a gente que mora “na Capital”? Gastar a energia e manter nossos cães saudáveis é um desafio diário.

É fácil dizer – tem que passear com o cachorro – mas como fazer disso um momento efetivo para ele e agradável para todos, no meio dessas selvas de pedra em que vivemos? Será que existe o passeio perfeito?

Comecemos entendendo que o passeio tem várias funções: gastar energia, gerar condicionamento físico, reforçar o senso de matilha e a hierarquia interna desta, relaxar a cabeça, e proporcionar estímulos mentais. É um momento de conexão, aprendizado e enriquecimento físico e mental.

“Passeio” pode ser desde a famosa “volta no quarteirão”, até uma corridinha matinal, uma bela caminhada no parque, sair para almoçar na beira da praia com amigos ou visitar aquela tia no domingo à tarde. Tudo isso pode trazer todos os benefícios que listamos no parágrafo anterior, principalmente porque, no dia a dia, provavelmente você fará uma mistura disso tudo. Caminhar no parque ou na praia todo dia é um privilégio para poucos, mas nos fim de semana ou feriados pode ser um super programa – passeio no parque ou praia, emendando com almoço com amigos no restaurante pet friendly e depois um filme na casa da tia! Dia perfeito para você e seu cão!

Não existe o “passeio logo demais”, o peludo pode passar literalmente o dia inteiro na rua com você, será ótimo para ele. Só é preciso, claro, bom senso em relação a aonde ir, e se é viável para o seu cachorro. A temperatura ambiente, por exemplo, pode ser um impeditivo dependendo do cão ou da época do ano, excesso de barulho também. Use o bom senso.

Mas não importa para qual tipo de passeio, precisamos começar pelo começo, já que para que o passeio com seu peludo traga todos esses benefícios, o é preciso que algumas etapas aconteçam:

* Preparo

Essa etapa é muito importante, pois ela define para o cachorro o “tom” do que vai acontecer. Se a gente agita o ambiente, sai sem regras, fazendo bagunça, ele sairá de casa todo agitado e sem controle, em excitação pura e será muito difícil reverter esse estado de espírito depois. Na maioria dos casos, o melhor a fazer é ter uma saída focada e organizada.

1. Colocação da coleira e guia

O ideal é ensinar o peludo a sentar para colocar a coleira e guia. Se ele ainda não souber, e você não quiser ensinar, pelo menos use um petisco para chamar a sua atenção, e só coloque a coleira quando ele estiver quieto. Mantenha-se com uma postura tranquila e paciente, pois pode demorar um pouco para ele sossegar no início, se já está acostumado a ficar agitado e você dando um jeito para colocar a coleira no meio da confusão. Rapidamente ele vai aprender que este é o início previsível de uma atividade prazerosa, que para ir a diante ele precisa ficar quieto, e ficará.

2. Saída do apartamento/casa

Não permita que o cachorro saia correndo pela porta. Peça para sentar, espere que ele esteja calmo e só então abra a porta. Uma vez a porta aberta, ele deve esperar que você dê o primeiro passo para sair, e sair com você de forma “civilizada”. Repita esse procedimento até que ele espere calmamente mesmo diante de estímulos externos, como outros moradores ou sons no corredor. Esta rotina ensina autocontrole e mostra que, para avançar, ele precisa estar tranquilo. Também reforça o seu papel de líder desse time, e tomador de decisões durante o passeio.

3. Elevador e saída do prédio

Ao esperar e entrar no elevador, faça a mesma rotina de saída do apartamento. Aqui ela é especialmente importante, já que ao abrir a porta do elevador você precisa ver se está ok para ele entrar. Pode ter morador que tem medo, outro cachorro, carrinhos de bebê, feira, bicicleta … enfim, elevadores são eternas surpresas e ele tem que esperar você dizer que pode entrar. No hall ou nas áreas comuns do prédio, mantenha o controle e esteja atento para evitar, ou manejar adequadamente, encontros com pessoas ou outros animais.

* Durante o Passeio

Ao sair do prédio, leve-o logo a um lugar adequado (canteiro, meio fio, etc) para aquele primeiro e esperado xixi. Deixe que cheire um pouco em volta e se alivie o quanto precisar. Não esqueça o saquinho coletor de fezes e evite que ele faça xixi onde as pessoas passam. Feito isso, é hora de começar a caminhar.

1. Ritmo e foco

Defina um primeiro estirão de caminhada, ou seja, até onde vocês caminharão sem pausar. Pode ser um quarteirão, ou dois, ou mais, vai depender de você e do seu peludo. Para um Chihuahua, um quarteirão já é um tanto, para um Labrador é quase nada.

Caminhe com ritmo até onde definiu, sem paradas para cheirar ou marcar todos os postes do caminho. Se ele tentar parar, não deixe, agora é hora de focar em você e no exercício e não no mundo a volta. Ele deve andar ao seu lado, nem na frente, nem atrás, e sem zigue zagues. Isso não significa rigidez, mas estrutura e segurança, já que você verá coisas no chão, ou mesmo outros cães ou pessoas que surjam no caminho ao mesmo tempo que ele, e não só depois como acontece quando ele vai lá na frente. Isso também reforça o sentido de companheirismo e conexão, afinal, vocês estão passeando juntos! Não se deixe arrastar, nem o arraste, se ele não sabe ainda andar ao lado, procure um treinador para te ensinar como fazer.

Dica: Fazer meia volta sempre que ele adiantar, muitas vezes ajuda. Nos primeiros dias você parecerá meio doido(a), indo e vindo vinte vezes no mesmo caminho, e pode demorar para o passeio avançar, mas é um bom investimento no futuro.

2. Momentos para cheirar

Chegando ao ponto pré determinado por você, é hora de relaxar um pouco e cheirar em volta, fazer mais um xixi e quem sabe socializar um pouco. O olfato é a principal forma dele interpretar o mundo, então respeite esses momentos de exploração, eles o ajudarão a relaxar e aumentam sua satisfação.

Você pode intercalar vários períodos de caminhada com de relaxamento, ou pode ter uma grande caminhada, por exemplo até o “Parcão”, e lá ele vai cheirar e relaxar por um tempão. O importante é ter ambas as fases no passeio.

Dica: Estabeleça sinais claros: um comando como “vamos” na hora de andar, e “pode cheirar” quando for a hora, para que ele saiba o que você espera dele.

3. Interações sociais

A socialização, tanto com humanos quanto com outros cães é muito importante, desde que de forma controlada e respeitosa. Observe a linguagem corporal do seu cão. Ele gosta de estranhos? Gosta de outros cães? Se ele gosta, ótimo, nos momentos de relaxamento, ele deve interagir o máximo possível, tanto com humanos como com outros cães. Mas sempre observe o outro cão antes de permitir aproximação, e pergunte ao seu tutor se a interação é bem-vinda, já que pode ser que o outro cão não seja sociável. Principalmente para cães jovens socializar é muito importante. Porém, essas experiências devem ser tranquilas e positivas, então evite situações que possam assustá-lo e gerar uma resposta agressiva, tanto com humanos quanto com outros animais.

Mas se seu cão não gosta de estranhos, nem de outros cães, respeite-o. Avise as pessoas que ele não gosta de ser tocado ou cheirado. Não force interações que o deixem com medo ou agressivo. Mas ao mesmo tempo ensine-o a tolerar a presença de pessoas e outros cães ao seu redor. Ele não precisa interagir, mas não pode agredir, isso é educação e ele tem que aprender, já que só assim poderá ir com você a qualquer lugar.

Dica final: O passeio ideal é aquele que equilibra exercício, disciplina, cooperação e a possibilidade do cão exercer seus comportamentos naturais. Lembrando que cada cão é um indivíduo, seja observador, paciente e consistente. Esse momento, além de essencial para a saúde física e mental do cão, é uma oportunidade valiosa para estreitar os laços de confiança e respeito e amor entre vocês, aproveite!

Rio, maio de 2025
Daniela Prado
Sócia Fundadora Okena PetChef
Especialista em Comportantento LordCão Treinamento de Cães

 

Gostou desse texto? Quer saber mais sobre longevidade para seu pet? Ou sobre superalimentos fáceis de oferecer para seu pet? Ou aprender a manejar um peludo “ruim de boca”? Temos tudo isso aqui no Blog, divirta-se!

 

Se a gente não pode … eles podem?!

Essa semana me peguei, mais uma vez, lendo rótulos no supermercado e tendo um trabalhão para decidir o que comprar ou não, pensando o que quero ou não colocar para dentro do meu corpo, já tão exigido nessa vida corrida e estressada que levo hoje. Siglas e nomes estranhos para conservantes, corantes e açucares disfarçados … que coisa cansativa! Comecei a pensar em como anda difícil comer nos tempos atuais …

Quando o assunto é nutrição, para qualquer espécie, existem várias linhas de pensamento diferentes: onívoros, carnívoros, vegetarianos, veganos, keto, low carb, paleo, grain free, plant based e muito mais. Cada linha tem seus defensores e detratores, mas tem um ponto no qual todo mundo concorda: o maior mal da alimentação atual são os ultraprocessados. Ninguém discorda que a nossa saúde precisa de mais comida de verdade e de menos caixinhas e latinhas. Existe até o lema – escasque mais, desembale menos.

Então por que quando falamos dos nossos amados pets, ainda achamos normal que eles passem a vida comendo ultra processados feitos com subprodutos rejeitados no mercado humano e cheios de siglas e nomes misteriosos? O que nos levou a aceitar tão facilmente que bolinhas secas fossem a melhor opção para nossos cães e gatos?

Eu tenho um pensamento sobre isso, que vou dividir aqui com vocês.

Acho que tudo começou com uma informação verdadeira e importante: cães e gatos têm necessidades nutricionais diferentes das nossas e por isso a comida deles precisa ser feita especificamente para eles. Restos da nossa comida não podem ser dados aos nossos pets, a não ser que seus pets sejam as minhocas na composteira … e mesmo assim tem coisa que não pode.

Há uns 30 anos, quando houve o boom das rações, essa informação genuína foi usada para criar uma grande insegurança em relação a se fazer a comida dos pets em casa. Por certo ângulo, isso foi bom, já que é um ponto muito importante e que era pouco falado. Mas por outro foi muito conveniente para essa grande indústria que começava sua expansão.

Junto com isso houve a grande migração das pessoas de casas para apartamentos, a diminuição dos núcleos familiares, dos espaços, o aumento de gente morando sozinha e a falta de tempo ou mão de obra em casa para cozinhar para si, quanto mais para o pet. Eu mesma, quando tive meus primeiros gatos e depois os cães, levei em conta que comeriam uma boa ração, e eu não precisaria pensar em comida para eles. É prático demais ter um saco de uma coisa que não estraga num cantinho, e servir uma caneca de manhã e outra a noite para os peludos.

O tempo passou, as rações foram se desenvolvendo e especializando cada vez mais, o marketing foi ficando mais atrativo, as fórmulas também, e nós esquecendo que todo ser vivo precisa de comida de verdade, não só de premix vitamínico-mineral, para viver bem.

Isso durou até uns 15 anos atrás, quando alguns veterinários e tutores começaram a questionar se o grande aumento das doenças em pets e o fato de aparecerem cada vez mais cedo, poderia ter relação não só com o “estilo de vida moderno” que os pets passaram a ter, mas também com a sua alimentação. Nutricionistas veterinários foram aparecendo e se multiplicando nas clínicas (eles sempre existiram, mas trabalhavam para as fábricas de rações), o assunto alimentação natural tomando força e os resultados positivos aparecendo aos montes.  

Surgiram as primeiras empresas de alimentação natural para cães e gatos, com estudos e pesquisa sérias, contratando nutricionistas de ponta para formularem receitas completas e adequadas para seus clientes. Nós da Okena PetChef estamos nesse grupo pioneiro, e orgulhosas de fazermos parte desse lindo movimento de volta à saúde alimentar. Se você quiser saber mais dessa história, dá uma olhada nesse link.https://blog.petchef.com.br/diversos/conhecer-para-cuidar-sobre-lendas-e-porque-eu-resolvi-fazer-alimentacao-natural-para-pets/

Quando à praticidade, depois de inventado o ultra congelamento a vácuo e a entrega em casa … tudo resolvido. Tirar um saquinho da geladeira, abrir, servir metade e guardar o resto para depois é fácil demais! E com isso nossos pets ganham ingredientes frescos, como os da nossa comida, cozidos no vapor, sem conservantes, sem corantes e sem siglas ou números misteriosos. Somente o máximo de sabor e nutrição. Parece uma escolha óbvia, não?

Mas uma questão ainda continua … por que muita gente ainda tem resistência em trocar as bolinhas secas por comida de verdade? Por que as grandes marcas ainda geram mais confiança que os profissionais da nutrição ou as empresas menores que os contratam?   

Eu acho que é um processo. Assim como nos anos 80 muita gente acreditava no discurso marketeiro de que “fórmula” era melhor que leite materno, e papinha Nestlé tinha tudo de bom para os bebês, nós resistimos a aceitar que o saco da empresa famosa alí no canto não é a melhor comida para o meu pet. E ainda temos desconfianças em relação a empresas pequenas e profissionais autônomos, que curiosamente não temos em relação às grandes indústrias impessoais.

Ah, e ainda tem a questão que para nós, humanos, tem a parte do apego às porcarias, que é grande e difícil de mudar. É praticamente impossível alguém preferir um prato de salada a uma boa pizza, é fato! Mas para os pets … nem isso! É fácil demais mudar, pois eles adoram comida de verdade!

Preciso fazer uma ressalva em relação a tudo isso que falei. É o caso muito especial dos abrigos, ONGs de resgate, cuidadores de animais de rua ou comunitários e outros que manejam um grande número de animais. Nesses casos, a máxima “o ótimo é inimigo do bom” é verdadeira. As rações secas acabam viabilizando uma nutrição mínima, mas adequada, para essas populações. As chamadas “rações de combate” já salvaram da fome milhares de animais. Mas isso é outro assunto, que merece ser tratado com a devida atenção em outro momento.  

Então, para finalizar, deixo esse pensamento: Até onde a resistência a mudanças, aliada ao comodismo, pode estar custando a saúde dos nossos amados companheiros de 4 patas? Vamos pensar nisso?


Rio, abril de 2025
Daniela Prado
Sócia Fundadora Okena PetChef
Especialista em Comportantento LordCão Treinamento de Cães

Gostou desse texto? Quer saber mais sobre longevidade para seu pet? Ou sobre superalimentos fáceis de oferecer para seu pet? Ou aprender a manejar um peludo “ruim de boca”? Temos tudo isso aqui no Blog, divirta-se!

“Cuidado, não chega muito perto que ele é ciumento.”

Essa era uma frase bem comum quando eu fazia consultoria. Às vezes era do dono, às vezes da caminha, da comida, dos brinquedos … às vezes de tudo! E geralmente as consequências disso eram o motivo pelo qual eu estava chegando naquele lar.

Mas qual é a definição de ciúmes?

Dicionário Aurélio:

Dicionário Michaelis:

Então … lendo essas definições, será que os cães têm mesmo ciúmes?

Há controvérsias, mas eu sou do time que diz que não. Cães não têm a complexidade de sentimentos, emoções e paranoias necessários para um quadro de ciúmes. O que eles têm é muito mais simples, e muito mais direto – posse e proteção de recursos (sim, você é um recurso, já já falaremos disso).

Um cachorro vai dar valor a uma série de recursos em sua vida. O “grau” desse valor, vai depender em princípio do indivíduo (genética), e sem seguida da sua história (ambiente).

Quais são os recursos básicos mais comuns para qualquer animal (inclusive humanos)?

1.comida/água; 2.abrigo; 3.segurança; 4.prazer.

Quando trazemos um cão para a nossa família, damos a ele tudo isso, e ainda mais, pois nossa atenção e o vínculo que se forma entre nós permeia todos esses tópicos. Ele percebe o nosso cuidado ao dar comida, ao manter a água sempre limpa, ao dividir com ele uma casa segura, dar uma caminha só sua, ou deixa-lo subir no sofá ou cama conosco. Nós adicionamos à vida dele um recurso muito valioso, tanto que passa a ser fonte de outros dois (segurança e prazer): o nosso amor.

Então, quando ele começa a exibir comportamentos que para nós humanos parecem ciúmes, ele está, na verdade, apenas tentando manter o controle sobre esse recurso tão valioso.

Se voltarmos aos dicionários, teremos:

Dicionário Aurélio:

Dicionário Michaelis:

Comparando essas definições com as de ciúmes do início do texto, para mim fica claro que os problemas que vemos com tantos cães não são por ciúmes, mas sim, por necessidade de posse e controle de seus recursos.

Mas por que essa definição é importante? Que diferença faz? Muita!

Se eles realmente tivessem ciúmes seria muito mais complicado resolver o problema, já que envolveria emoções complexas como medo da perda do relacionamento, insegurança afetiva e comparação social. Já a posse e proteção focam no desejo de controlar o recurso e o acesso a ele, só isso. Bem mais simples, apesar de talvez menos lisonjeiro para o nosso ego…

Cães pouco socializados ou mais inseguros são mais propensos a desenvolver problemas de possessividade. A falta de exposição a diferentes pessoas, animais e situações faz com que se sintam ameaçados facilmente, e para compensar, tentem controlar ao máximo seu ambiente conhecido, e os recursos existentes nele. E já sabemos que nós, humanos dos nossos cães, somos um desses recursos, então qualquer mudança na dinâmica normal de atenção (chegada de uma visita, por exemplo), pode ser vista como uma grande ameaça.

Ok, a teoria está linda, mas o que fazer então?

A primeira coisa é entender e internalizar que esse comportamento não é benéfico para o cão, não é agradável para ele e causa stress, mesmo que muitas vezes pareça engraçado ou fofinho, principalmente nos cães pequenos. Existe uma romantização desse “ciúme” por parte de nós humanos, principalmente se for em relação a nós. Nosso ego adora pensar que nosso cão nos ama acima de tudo e todos, ao ponto de não suportar dividir-nos com ninguém. Mas sinto dizer … a base do comportamento é a mesma quando é com você ou com o osso novo que ele ganhou. E isso fica muito claro quando o mesmo cão que não deixa ninguém chegar perto do dono, também não deixa esse mesmo dono tirar o osso novo da boca dele … em ambos os casos, ele está com medo de perder o recurso, e essa não é uma sensação boa.

Então, vamos aproveitar a relação amorosa e única que temos com nossos cães de forma saudável, deixando nosso ego de lado e entendendo que eles precisam da nossa ajuda para se adaptarem à vida na sociedade e desfrutá-la ao máximo. Só nós podemos mostrar para eles como usarem seus instintos naturais de forma positiva num mundo de humanos.

O primeiro passo é fazer seu peludo se sentir seguro em seu dia a dia. Para isso, é importante o máximo de socialização. Passeios, encontros com pessoas e animais novos, cheiros diferentes, sons, terrenos, tudo vai ensinando a ele a lidar com mudanças e imprevistos de forma positiva e prazerosa, e vai fazendo dele um indivíduo mais seguro e feliz. Ao mesmo tempo, regras têm que ser introduzidas, ele precisa saber o que pode, e o que não pode. Exemplo: uma criança veio correndo e o assustou: ele pode se afastar e evitar contato; ele não pode morder.

Treinamento básico é uma benção para qualquer cão, é como a alfabetização para nós, abre um mundo de possibilidades de comunicação. Dá muita segurança para ele entender o que você está dizendo, saber o que se espera dele em cada situação. Não é maldade ensinar um cachorro a obedecer, maldade é deixa-lo inseguro e confuso, sem saber como agir ou reagir aos diferentes acontecimentos.

Outra fonte importante de segurança para ele é a previsibilidade de rotina. Isso às vezes é desafiador na nossa vida corrida, mas dentro do possível, o ideal é que ele tenha estabilidade. Exemplo: ele dorme na caminha dele no meu quarto. Quando eu acordo, abro a porta e vou até a cozinha para ele beber água e fazer xixi. Quando tomo meu café, dou a comida dele e depois saímos para passear. Voltamos, ele fica em casa e eu saio para o trabalho. Chego em casa do trabalho, saímos para uma voltinha, e quando eu janto dou a comida dele.  Claro que existem milhões de variações: crianças, outras pessoas na casa, passeadores, faxineiras, home office, a vida de cada um nessa rotina, mas ele ter alguns pontos de certeza faz muita diferença.

Por fim, ensinar a ele que os recursos estão seguros e disponíveis, ele não precisa brigar por eles.
Exercícios como:

E por último, mas não menos importante, ensinar que comportamentos agressivos não são aceitáveis, nunca. Ele nunca pode conseguir o que quer através de ameaça ou agressão. Rosnou quando você passou perto do prato? Não se afaste, fique lá, ou até se aproxime mais, até que ele pare. Rosnou para tirar o brinquedo? Tire assim mesmo (se achar que ele vai morder, coloque uma luva, ou enrole a mão numa toalha), devolva e repita, até ele parar de rosnar. Entrou entre você e outra pessoa no sofá? Coloque-o para o outro lado, ou no chão, e não deixe voltar. Rosnou quando alguém feio falar com você? Afaste-o de você e continue falando com a pessoa.

Importante : em todos esses exemplos, se o quadro de agressão já está instalado, ou seja, o peludo já faz isso rotineiramente, não está só começando e testando limites, ou se ele fica seriamente agressivo, procure a ajuda de um bom treinador. Lidar com essas situações pode ser desafiador, e até perigoso, você precisará de ajuda. Mas não desista, afinal, cachorro é tudo de bom, vai valer a pena 😊.



Cuidando deles e de você

Coisas que só acontecem com quem tem pets…
Eu ontem ouvi do meu médico o seguinte; “se você fizesse com você o que faz com seus cachorros e gatos, seus exames estariam melhores …” :-/ .

Acho que vou bloqueá-lo no Instagram …

Mas passada a piada, fiquei pensando … é verdade, né? Se olharmos bem, nós e nossos pets temos necessidades bem parecidas para uma vida longa, saudável e feliz.

Se pegarmos o livro “The Forever Dog” da Dra. Karen Becker e Rodney Habib, veremos que os pontos principais das pesquisas deles sobre longevidade dos pets são os mesmos que ouvimos dos nossos médicos sobre as pesquisas para humanos. Mas será que no nosso dia a dia, nós prestamos a atenção devida a esses pontos tão importantes? Tanto para eles, quanto para nós? Vamos ver:

1. Nutrição: A Base da Saúde

São 3 pontos principais:

1.1. A importância de uma dieta baseada em “comida de verdade”: alimentos integrais e minimamente processados, proteínas de alta qualidade, gorduras saudáveis, vegetais e ervas.

1.2. Os riscos de rações/alimentos ultra processados e com alto teor de carboidratos ruins, que contribuem para a inflamação crônica do organismo e para o aparecimento de doenças como obesidade, diabetes e alguns tipos de tumores.

1.3. A variedade na dieta é destacada como fundamental, pois fornece um espectro mais amplo de micronutrientes e pode prevenir deficiências e alergias alimentares.

Bom, meus pets estão 100% dentro desses quesitos, já que as comidas da Okena PetChef resolvem todos os itens acima lindamente. Já eu … estou bem no 1, sou vegetariana e no geral eu “como bem”, só escorrego na pizza e massas mas não é tanto assim, então ok. No 2 estou bem, raramente como ultraprocessados e evito farinhas. No 3 … tem espaço para melhora … variedade não é meu forte.

2. Estilo de Vida Ativo, física e mentalmente.

2.1. Regularidade de atividades físicas diárias adequadas para a raça, idade e condição do cão. Elas ajudam a manter o peso ideal, fortalecem o sistema cardiovascular, imunológico e aumentam a expectativa de vida.

2.2. Exercícios mentais são importantes para a saúde cognitiva. Aqui entram treinamentos de obediência, brincadeiras interativas, e atividades que ofereçam estímulos visuais, olfativos e táteis, além de resolução de problemas.

2.3. Evite o sobrepeso, ele reduz a longevidade.

Aqui, com exceção da Piolha (minha gata neuropata com problema de locomoção) que dorme literalmente 2/3 do dia, o resto está super bem. Os cães jogam bolinha todos os dias, nadam todo fim de semana, fazem aulinha LordCão de obediência e treinos de faro de objetos. E a dieta Okena mantém todo mundo no corpinho certo.  E eu? Bom, se a gente considerar “adequadas à raça e idade” uma buldogue de 17 anos … eu tô bem à beça, hehehe. Jogar bolinha para eles, será que qualifica? Netflix é exercício mental se o filme for de mistério? O item 2.3 vou ignorar. Ou seja, reprovada com louvor … 

3. Cuidados Preventivos

3.1. Check-ups regulares com um veterinário são essenciais para a detecção precoce de problemas de saúde.
3.2. Protocolo de vacinação personalizado com teste de titulação e acompanhamento individual.
3.3. Utilização de tratamentos integrativos como acupuntura, quiropraxia, fitoterapia, etc, sempre que possível.

Nesse ponto estamos todos bem😊. Cães, gatas e humana têm excelentes médicos e fazem todo o resto. Aleluia!

4. Redução da exposição a toxinas:

4.1. Minimize o uso de pesticidas, herbicidas e produtos químicos de limpeza.

4.2. Opte por produtos naturais sempre que possível.

4.3. Use água filtrada, em filtro de qualidade, que além de impurezas e químicos reduza também metais pesados.

Isso é o obvio, né? Não só para nós e nossos pets, mas para o meio ambientes e todos os seres que nos cercam. Respeite a vida, não polua sua casa, seus pets, nem seu planeta. Nesse item também estamos aprovados aqui em casa 😊.

5. O Papel do Amor e do Compromisso

Por fim, mas não menos importante, o amor e o compromisso que dedicamos aos nossos pets têm um impacto imensurável em suas vidas. A conexão emocional, o carinho e o tempo de qualidade que passamos com eles são fundamentais para seu bem-estar geral. E para o nosso!

Esse talvez seja o ponto mais simbiótico dessa relação. Toda a atenção, carinho e companheirismo que oferecemos aos nossos pets reflete diretamente em nossa vida também, no nosso bem estar e na nossa longevidade. Todos os estudos para humanos falam da importância da conexão, da empatia e das amizades para a nossa longevidade. Muitos até mostram como os pets nos ajudam nisso. Então nunca esqueçamos que essa relação tem 2 lados, e eles também precisam sentir essa conexão e compromisso. E compromisso significa fazer tempo, criar circunstâncias para estar com seu pet. Vai almoçar com amigos? Marca onde tenha varanda e seu cão possa ir, e sai mais cedo para uma volta extra com ele antes do pessoal chegar. Vai ver um filme em casa? Traz a almofada preferida do gato para o seu lado e faz um cafuné, ou brinca com a varinha de penas dele enquanto olha seu feed no celular. Vai jantar na casa de alguém que não tem pets? Pergunta se pode levar seu cachorro. Você vai se surpreender com quanta gente adora uma visita canina!

Nesse item fico feliz em dizer que estamos super bem lá em casa, e espero que você também esteja!
Nos anteriores … sempre dá para melhorar, para eles e para a gente! E você que é cliente Okena já sai na frente 😊. 

Espero que este artigo te inspire a integrar esses princípios na rotina do seu pet, e na sua, para que ambos tenham uma vida longa, saudável e feliz! Se precisar de alguma ajuda para descobrir mais sobre como ajudar seu pet a viver a melhor vida possível, estamos sempre por aqui para dar um apoio!

Daniela Prado, sócia fundadora da Okena PetChef e treinadora especializada em distúrbios comportamentais pela LordCão Treinamento de Cães desde 2002.

Rio de Janeiro de 2025

Coleira Natal