Adotar um novo pet é sempre uma excitação. Empolgação, preocupação, alegria, medo … vem tudo junto. Será que vou dar conta? Ele vai ser feliz? Vai ficar saudável? Algumas dúvidas, transformadas em verdadeiras polêmicas na era das mídias sociais, acabam atormentando as pessoas nessa hora tão delicada.
Onde o peludo deve dormir? O que ele deve comer? Devo levar no Parcão? Treinar? Castrar? São muitas as perguntas, e muitas respostas que às vezes só confundem mais ainda.
Depois de 25 anos de consultas e acompanhamentos comportamentais, treinamentos e hospedagens, ouso dizer que as respostas não são tão complicadas assim … tem é muita gente que gosta de complicar o simples e natural.
Começando pela chegada em casa e a frase feita: “se ele não dormir sozinho desde o primeiro dia, nunca vai acostumar”. E aí temos 2 semanas de gritos e uivos a noite inteira … um stress para o filhote, a família e a vizinhança. Isso parece natural? O bichinho (filhote ou adulto) acabou de chegar num lugar novo, não conhece ninguém e é deixado sozinho a hora mais vulnerável do dia … ele está errado em pedir socorro com todas as suas forças?! Por instinto ele sabe que sozinho ele pode morrer …
Não parece mais natural que ele durma inicialmente junto das pessoas, se sentindo protegido e acolhido nessa nova matilha e depois, conforme vai amadurecendo e acostumando com a casa, os barulhos, etc, vá sendo apresentado e habituado ao novo lugar de dormir? Durante o dia, com calma, sem pressa, mas com disciplina e paciência.
– Ah, mas ele vai chorar quando mudar! Talvez, mas sem desespero e por menos tempo do que choraria lá naquele primeiro dia! Isso eu garanto.
Uma vez resolvida a dormida, temos a comida. Parece estranho ter que advogar que alimentação natural, balanceada e suplementada para as necessidades dele é melhor do que ração ultraprocessada. Mas isso são as loucuras da vida moderna. Você acha que se fosse possível ter bolinhas desidratadas realmente saudáveis, já não teríamos para nós? Já não estaríamos almoçando “refeição completa sucrilhos sabor lasanha”, ou mousse de chocolate … seria bem bom! Antigamente existia a questão da praticidade, mas hoje, com as empresas de alimentação natural que entregam a comida em saquinhos com a quantidade do dia, congelada a vácuo e em casa? Não há comparação. O tempo em que dizer “meu cachorro só come ração” era motivo de orgulho passou, e não voltará mais! Claro que vou deixar aqui no link da Okena PetChef para quem duvidar: www.okena.pet .
Em seguida vem a questão da “pracinha”, o famoso “Parcão”. Ir ou não ir? Essa é uma briga que tem defensores e detratores apaixonados! Mas de novo, vamos com calma. Inicialmente, a regra é ir, pois a maioria dos cães gosta e precisa de socialização e exercícios. MAS … e esse “mas” é em maiúsculas mesmo, observe os frequentadores habituais do local (cães e humanos) e o seu cão. Ele está gostando? Os outros cães e seus humanos são “sensatos” e seguros para ele? O ambiente é positivo e as interações também? Ou ele é pequeno, ou tímido, está com medo e os outros achando normal “juntarem” nele? Uma coisa é brincadeira que às vezes passa um pouco do ponto, acontece e é saudável, outra é bullying autorizado. Lembre-se, é para ser um momento positivo para ele, se não for, é melhor socializar em outro lugar, com cães e pessoas sob controle. Isso também vale se você descobrir que o delinquente em questão é o seu cachorro … seja sensato e não coloque o bem estar dele e dos outros em risco.
O que nos leva a … devo treinar? SIM! Aqui não há dúvidas. Lembrando que “treinar” significa você ir com ele em uma aula, seja em grupo ou individual. Ele aprenderá o significado das palavras, e o que os humanos esperam dele numa vida em sociedade. Você aprenderá a se comunicar com ele de forma clara, justa e objetiva. Ele aprenderá que é você quem toma as decisões pela dupla, e você aprenderá que não é para ter culpa ao dar comandos, pois ele é muito mais feliz obedecendo do que decidindo, acredite. Treinar dará a você a segurança necessária para viver tudo o que quiser com seu cão ao seu lado.
E aí chegamos no assunto mais polêmico … castração. É importante ouvir o seu médico veterinário sobre esse assunto, pois existem sempre novos dados, apontando prós e contras em relação à parte médica. Quanto à parte comportamental, é importante saber que ela tem mais impacto no comportamento de machos do que de fêmeas. Nos machos diminui a dominância, e com isso os comportamentos a ela associados, como marcação de território e agressividade (por dominância). Mas isso não quer dizer que ele vá “do nada” parar com esses comportamentos. Se castrado, ele ficará mais colaborativo e mais propenso a acatar regras e limites (como não fazer xixi na casa toda, não morder conhecidos e não brigar). Mas tudo isso terá que ser ensinado, e os comportamentos errados corrigidos, não é milagre. Já nas fêmeas, ela evita o cio, que pode ser um problema na vida urbana, e que é muitas vezes um gatilho para brigas entre fêmeas da mesma casa. Resolve também a “gravidez psicológica”, que não é nada psicológica, mas sim hormonal, e atormenta muitas fêmeas. Por conta disso tudo, mais uma vez você tem que avaliar a condição particular do seu cachorro ou cadela, e decidir o que será melhor para a vida dele como um todo, e para a rotina de bem estar de vocês.
Ter cachorro é uma experiência única e transformadora, que deve ser vivida com responsabilidade, mas também com tranquilidade. Espero que as dicas acima te ajudem a aliviar algumas das dúvidas mais comuns. Tem outras? Escreve para a gente! Quem sabe viram outro texto?