Para muita gente, ter o primeiro pet é transpor um muro de dúvidas e inseguranças. Medo de não dar conta, das mudanças na vida, de um monte de coisas. Às vezes ele vem no susto, às vezes depois de muito pensar. Mas o fato é que, depois que ele chega, a vida nunca mais será a mesma! A gente vê que dá conta sim, que é bom demais e que, quem sabe, ele poderia gostar de um irmãozinho …
Passada a empolgação, é importante levar em conta que não é um processo tão óbvio quanto pode parecer. Existem muitas variáveis na hora de escolher o novo peludo, mas algumas diretrizes podem funcionar na maioria dos casos.
A primeira coisa a pensar é: o seu pet gosta de outros? No caso dos gatos, se você nunca teve outro, é mais difícil de saber, já que dificilmente eles passeiam ou encontram outros, então vamos começar pelos cães, onde é bem fácil. Usarei o masculino para facilitar, mas tudo o que eu disser aqui cabe para cães e cadelas.
Se seu doguinho é sociável, cheira, brinca e convive bem na rua com outros cães, temos um bom começo.
O passo seguinte é pensar no nível de energia dele, e seu!
Se ele é jovem e cheio de energia, trazer um filhote pode ser ótimo. Vão se bagunçar o dia todo e um vai gastar a energia do outro. Mas você deve pensar se está preparado para o furacão que se instalará na sua casa pelos próximos meses. Vai ser divertido, mas é bom estar muito preparado.
Já se seu cachorro não gosta muito de outros cães, é tímido, inseguro ou agressivo, a escolha e adaptação do novo peludo terão que ser mais cuidadosas. É importante começar bem, porque consertar a encrenca depois pode ser complicado. Um erro muito comum é se achar que o novo cão deverá ser filhote para que o outro aceite melhor, isso não é verdade.
Para cães mais tímidos ou inseguros, os filhotes podem ser “demais”, e gerar um enorme estresse com sua necessidade de contato e interação constantes. A adoção de outro adulto, de baixa energia e temperamento compatível será uma escolha melhor. Nesses casos vale muito a pena levar o seu cachorro para ajudar a “escolher” o novo irmão. Testar como ele reage com diferentes “candidatos”, de tamanhos e sexo diferentes, e ver com quem se sente mais confortável. Não tenha pressa, controle a ansiedade e espere o “perfect mach” para ele.
Já se ele for meio agressivo, possesivo ou ciumento, tem-se que pensar se um adulto do sexo oposto pode ser a melhor opção, provavelmente será. Não só adaptação será mais rápida, como haverá menos chance de confusão no futuro.
Dependendo do indivíduo, será mais fácil ele aceitar um filhote (sempre do sexo oposto). Mas nesse caso vale pensar em chamar ajuda profissional para uma melhor avaliação e escolha ANTES de decidir pela nova adoção. Assim você terá mais chances de tudo correr bem, e ajuda durante o processo.
Bom, dito isso, vamos para o pós adoção, no caso dos cães. O que é bom ter em casa:
1. Espaços individuais: a não ser que você tenha um daqueles casos de amor à primeira vista e adaptação imediata, vale a pena programar de ter um cantinho separado para o novato descansar e dar descanso para o pet mais antigo. O ideal é que os espaços sejam próximos, e eles possam se ver. Um cercadinho de armar dividindo a sala, por exemplo, pode funcionar bem em apartamentos. Também vale usar esse espaço na hora da alimentação, para que cada um coma com tranquilidade. Conforme você perceba que eles estão mais confortáveis e procurando a companhia um do outro, o espaço pode ser unificado.
2. Atenção exclusiva: é muito importante que cada um tenha alguns momentos de atenção exclusiva, sem competição, sem confusão. Pode-se usar uma separação física nessa hora (um no quarto e o outro na sala, ou alguém sai para passear com um e outra pessoa fica com o outro), ou, se forem calminhos, aproveitar momento como escovação para uma “conversa” a dois, sem irmãozinho no meio. Outro momento bom para isso é o do treinamento, onde a atenção exclusiva é fundamental. Isso dá tranquilidade e fortalece o vínculo entre os humanos e cada cão separadamente. 3. Tudo o que é legal, deve ser feito junto: para reforçar o prazer da convivência, passeios, petiscos e brincadeiras devem ser feitos em conjunto. Isso associa a presença do outro à sensação de prazer que essas atividades geram em cada cão.
Agora passemos aos gatos. Com eles a coisa é diferente, pois não são animais de matilha, apesar de manterem relações sociais e muitas vezes muito próximas em si, principalmente se forem irmãos ou mãe e filho.
Geralmente com eles a introdução de um filhote é mais fácil, já que ele naturalmente procurará se chegar ao adulto. Mas se forem gatos vindos de colônias, ou abrigos, muitas vezes já são acostumados com outros, e tudo corre facilmente. Se não forem, e forem 2 mau humorados … vai dar um trabalhinho. Mas … cada caso é um caso. Para um gato já mais velho, ou tímido, outro adulto sociável mais “na dele” pode ser menos estressante do que uma bolinha de pelos elétrica e interativa.

De qualquer forma o ideal é que você prepare um cômodo para o novato, com comida, água, banheiro … tudo para ele ficar por lá uns tempos. Assim o gato da casa sentirá o cheiro dele, saberá que ele está lá e poderá se acostumar aos poucos. Para mim sempre funcionou bem fazer assim e ir abrindo a porta e deixando se verem aos poucos. Primeiro de longe, depois deixar trocarem de cômodo, até irem se aproximando, ficando um de cada lado da sala, sempre sob supervisão, e depois separando de novo. Aqui o segredo é paciência, levando em conta que é normal demorar até 3 meses para uma adaptação completa. Usar feromônios comerciais pode ajudar também, e a regra de fazer as coisas agradáveis juntos (brincar, dar petiscos, etc) também vale para os felinos.
O importante é lembrar que o objetivo da empreitada é ficarem todos mais felizes, humanos e pets, então, pode dar um trabalhinho no início, mas depois, serão anos de felicidade, afinal, não tem nada melhor que um sofá cheio num domingo à tarde, não é?

Aqui na Okena, a gente acredita que a alimentação é só uma parte — uma parte enorme — do que faz pets e humanos mais felizes.
Pra todo o cuidado que vai além da “tijela”, tem nosso blog, nossas redes e nossos conteúdos, sempre com carinho e informação de verdade.
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