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Alfabetizar o meu cachorro? Será?

Com a chegada do Dia Mundial da Alfabetização, me peguei pensando no quanto aprender a ler muda a vida de uma pessoa, e o que seria o paralelo disso para nossos cachorros.

A resposta foi bem fácil: treinamento básico.

Aprender o que as palavras significam, e como se comportar no dia a dia, abre um novo mundo para nossos cães, onde a comunicação conosco é mais clara, gerando uma relação mais forte e prazerosa e diminuindo o stress que a falta de comunicação muitas vezes trás para eles, obrigados a dividir conosco uma  vida urbana para a qual não foram criados.

Para um cão não é obvio que não se deve pular nas pessoas, correr atrás de pombos na rua, ou tentar matar skates com adolescentes em cima …

Numa vida mais “natural”, nas fazendas, cidade antigas ou onde quer que suas raças tenham sido selecionadas, a convivência entre cães e humanos era completamente diferente. Cães eram animais de trabalho, tinham funções a cumprir e eram criados a partir dos exemplares que cumpriam bem essas funções. Eram cães pastores, guardas de rebanhos e de casas, caçadores de roedores, caçadores de grandes animais (junto a seus condutores armados), farejadores, apontadores de aves, retrievers, etc.  A relação era íntima, mas ao mesmo tempo funcional.

Um Border Collie que atacasse ovelhas ou crianças, um Rottweiler que matasse bezerros ou um Jack Russel que avançasse no seu dono seriam descartados. Ninguém ia “perder tempo” corrigindo comportamentos errados em cães que deveriam estar ajudando no trabalho e não dando mais trabalho ainda. Era uma “seleção natural” nada natural … mas era. As raças “de companhia” surgiram bem mais tarde, nas cortes, e era mais ou menos a mesma coisa.

Com isso sobreviviam os exemplares que aprendiam rápido, gostavam de obedecer seus humanos e eram úteis. Assim a base da maioria das raças se formou.

Agora entremos numa máquina do tempo e desembarquemos em 2024 numa cidade como Rio ou São Paulo, como o nosso Labrador, Golden Retriever, ou Buldogue, na guia. Basicamente nada do que eles instintivamente querem fazer pode, rssss. Esta é a triste verdade.

Só que nós esquecemos do outro lado da máquina do tempo aquele camponês durão, que acordava, trabalhava, socializava e dormia com seu cão aos seus pés, interagindo, ensinando e corrigindo, e que deixava o filhote meio largado andando atrás dele e do cão adulto o dia todo para ele aprender.

Nós trabalhamos o dia todo, temos mil afazeres todos os dias, mas queremos que nosso cachorro seja um companheiro perfeito quando vamos passear no parque nos fins de semana. Mas … quem ensinou a ele o que é ser um companheiro adequado nos dias de hoje? Quem mostrou o que pode ou não pode? Ou como usar aqueles instintos e impulsos que sua genética trás há gerações? Quem ensinou que “não pula na vovó” significa “mantenha as 4 patas no chão ao chegar perto da vovó”, ou que a guia é uma segurança para ele e para os outros e não o cabo de um trenó ou carroça?

Ah, mas eu não tenho tempo! Não mesmo? Será? São precisos 20 minutos por dia, todos os dias, por 3 a 4 meses para “alfabetizar” um cachorro. Bem menos do que nós exigimos dos nossos pais e professores na nossa época, né?

Isso quer dizer 20 minutos por dia de interação, para ensinar a ele as 6 palavras básicas, com as quais fazemos frases que resolvem a maioria das situações quotidianas: “junto”, “senta”, “deita”, “fica”, “vem”, “não” e “ok”. Você pode usar outras palavras, mas a base, a “alfabetização” canina é essa. Se depois você quiser que ele vire Machado de Assis, é outra coisa. Pode ser super divertido, fará um bem enorme a ele, mas não é uma necessidade. O básico é.

A maioria dos cães aprende rapidamente em torno de 30 palavras. Com um pouco de ajuda e repetição chegam a 50, 100 sendo o recorde de Chaser, um Border Collie que sabia o nome de mais de mil brinquedos, fora as palavras do dia a dia.

Depois de alfabetizado, basta mostrar para ele como usar as palavras para moldar os comportamentos desejados no dia a dia. Assim como para sairmos do B+A = BA para ler nosso primeiro livro foi preciso tempo e treino, para ele também será, e esse processo pode ser tão fascinante quanto.

Aprender a ler muda a vida de uma pessoa, e deveria ser um direito de todos os humanos.
Aprender a língua dos humanos e a convivência no nosso mundo muda a vida de um cachorro, e deveria ser um direito de todos os cães.

Gostou deste texto? Dá uma olhada nos nossos outros! Tem sobre como escolher o cachorro mais adequado para você (usar link), sobre como lidar com seu cachorro se ele for
chato para comer e muito mais. E para ter ajuda na hora de treinar o seu peludo, indicamos a LordCão Treinamento de Cães 😊.

Rotina Alimentar e Estilo de Vida

Enriquecimento Ambiental na vida moderna dos nossos pets

O que mudou no estilo de vida:

Apesar de nossos cães e gatos terem sido “domesticados” ao longo dos últimos 10 a 15 mil de anos, seus estilos de vida, hábitos e rotina alimentar não sofreram grandes mudanças até bem pouco tempo atrás.

Mas últimos 50 ou 60 anos, eles vieram conosco das antigas casas e sítios em que morávamos, para nossos novos apartamentos. Com isso restringimos seu acesso a ambientes externos e a outros animais, e limitamos sua quantidade exercícios. Depois passamos a oferecer ração seca como alimento principal, e a alimentá-los sem que eles precisem fazer nada para isso. Raros são os cães que “trabalham” ou os gatos que caçam hoje em dia.

 

 

O bom da vida moderna:

Por um lado, isso é muito bom, eles estão mais seguros e amados do que nunca e a medicina veterinária evoluiu enormemente. Hoje temos mais exames e especialistas veterinários do que jamais tivemos. além de vacinas e remédios para muitas doenças que antigamente comumente levavam nossos amados cães e gatos de repente.

Por outro lado …

 

O ruim da vida moderna:

Doenças como obesidade, diabetes, problemas renais, cardiopatias, alergias  e problemas articulares, entre outros, foram aumentando e recentemente explodiram em nossos pets.

Cada vez mais, veterinários e pesquisadores chegam à conclusão que muitos desses problemas têm ligação direta com a alimentação e estilo de vida que temos dados a eles. Pouco exercício, pouco estímulo mental, pouco “sol, água fresca e terra”, e uma rotina alimentar com muitas calorias biologicamente inadequadas, altamente glicêmicas e poucos micronutrientes aparecem cada vez mais como os vilões dessa história.

 

 

Como ilustração, temos o fato interessante de que os 9 cachorros mais velhos do mundo hoje em dia têm 3 coisas em comum – alimentação natural, alta carga de exercícios e muito estímulo mental.

 

 

 

Felizmente hoje temos conhecimento e tecnologia suficientes para melhorar a saúde dos nossos peludos sem abrir mão do nosso estilo de vida e da praticidade à qual nos acostumamos.

 

Aqui vão algumas dicas para isso:

 

1. Aderir à alimentação natural, ou pelo menos inserir 1/3 de alimentos frescos na rotina alimentar do pet.

Nós somos suspeitos para falar de alimentação fresca, né? Não temos dúvidas que é a melhor opção! O que muita gente não sabe é que um estudo publicado nos EUA em 2018 mostrou que adicionar 1/3 de alimentos frescos à ração industrializada dos pets já trás benefícios para a sua saúde. Pode ser misturando na ração, alternando com ela ou complementando-a. O alimento fresco e variado estimula o olfato, o paladar e até mesmo a curiosidade e instinto de investigação do peludo. Dê uma olhada no nosso artigo 8 super alimentos que você pode oferecer para seu pet para algumas inspirações!

E enfim, não, alimentação natural não dá trabalho! É só entrar no site da Okena PetChef, escolher seu pacote e ela chegará prontinha na sua casa 😀

 
2.    Estimulá-lo a trabalhar um pouco pela refeição, para que tenha estímulos mentais e valorize a hora de comer.

Ensinar o mínimo de obediência é muito importante para todos os cães. Reforça a hierarquia, ensina a ouvir, a ter foco e vontade de colaborar. Se você não se anima a fazer aulas “formais” com seu pet, a hora das refeições pode ser uma alternativa para o mínimo de treino. Ela é perfeita para isso, já que interação social aliada a regras para comer são naturais nas matilhas. O líder define a hora de comer/caçar/treinar, define as regras e no final todos são premiados com a comida. Só precisamos copiar o modelo e adaptar para a nossa realidade.

Você pode começar com um simples “vem”, e “senta”, na hora de comer. A cada comando bem executado você dá uma pequena porção da comida que já estará previamente dividida (pode ser uma colher de cada vez). Com isso exercício pode ser repetido algumas vezes. Quando estiver perfeito, pode-se entrar com o “deita” e até o “andar junto”. Sempre premiados com uma porção/colher da comida.

 

 

 

 

E quando você estiver sem tempo?

Uma opção é exercitar a caça usando potinhos escondidos pela casa, que o cão tem que procurar, achar e abrir para comer. As primeiras vezes você terá que mostrar a ele como fazer. É impressionante como eles aprendem rápido a fazer sozinhos. Uma cliente nossa enche um “Kong” (cone de borracha oco) com a comida, congela e dá para o seu cachorro antes de sair. Ela botou uma câmera e viu que o peludo se diverte lambendo e comendo conforme o gelo vai derretendo. Dica dela: amarrar o Kong no pé da mesa da cozinha para ele não levar para a sala! Afinal, você não quer “aguinha” de comida no seu tapete …

Já no caso dos gatos, as caçadas eram solitárias e essa coisa de liderança é meio relativa … então eles se adaptam melhor ao modelo da caixinha, adoram! Você também pode prender a caixinha numa vara e estimulá-lo a caçá-la! Existem no mercado hoje vários brinquedos que fazem esse papel, verdadeiros quebra-cabeças para os peludos chegarem até a refeição.   

Se você ainda usa ração seca (tsic, tsic, tsic), uma garrafa pet com furos vira um bom “dispenser”, para a refeição ao ser rolada com as patas e focinho. Caso prefira algo mais rebuscado, existem bolinhas, bastões e outros brinquedos especiais que fazem o mesmo serviço. A opção dos potinhos escondidos também funciona.

 
3.    Dar a ele estímulos físicos.

No caso dos cães, nada como um bom passeio antes das refeições para simular a movimentação de caça, migração, pastoreio, ou outras das atividades que eles fizeram por milênios. Seja qual for seu tamanho, todo cachorro precisa passear.

Contudo, depois da cheirada inicial e daquele xixi que estava apertado, uma parte da caminhada deve ser metódica e ritmada, tipo marcha mesmo, para fazer o coraçãozinho acelerar, os músculos trabalharem e o sistema todo funcionar. Ele precisa ter a sensação de caminhar em matilha, patrulhar seu território, ver novidades, sentir cheiros, ouvir barulhos, pegar um ventinho no focinho e cheirar as fofocas da vizinhança nas árvores e postes.

Mesmo o menor dos Chihuahuas é um honrado descendente dos antigos cães de trabalho! Não tire isso dele! Mas lembre-se que depois de um passeio vigoroso, é importante esperar que a respiração dele volte ao normal e o corpo esfrie antes de oferecer a comida.

Já no caso dos gatos, que normalmente não gostam de passeios, temos que usar a imaginação em casa mesmo. A “gatificação” de partes da casa é última moda. São móveis, prateleiras, nichos e redes para darmos aos felinos domésticos um espaço mais verticalizado e interessante. Juntando a isso uma ponteira de laser ou aquela varinha com a pena na ponta, é só começar a botar o pancinha para correr, pular e caçar.  Dê uma olhada no nosso artigo sobre enriquecimento ambiental para gatos para mais dicas.

 

 

 

 

4.    Se seu pet ainda come ração, melhorar sua hidratação.

Uma presa tem em torno de 80% de água em seu corpo, uma boa alimentação natural também. As Raçoes de em torno de 7%. Então, mesmo bebendo bastante água, um peludo que come somente ração estará cronicamente desidratado pois ele dificilmente beberá o suficiente para transformar 7% de umidade em 80%.

Um paliativo é molhar a ração antes de dar, deixando que absorva a água por em torno de meia hora até virar uma esponjinha. Porém, no Brasil temos que tomar cuidado com isso nos dias mais quentes, por perigo de fermentação. Então se você optar por essa técnica, é melhor deixar na geladeira. Outra opção é botar água na hora, fazendo tipo um sopão, mas alguns pets, principalmente os gatos, rejeitam a ração dessa forma. Resta então induzir o consumo de água entre as refeições, o que pode ser feito usando fontes, dando gelo para lamber, misturando um pouco de água de côco ou outra coisa na água ou qualquer outra forma que vocês possam pensar. Mas o melhor mesmo, é mudar o peludo para uma comida biologicamente adequada.

 

Concluindo

 

Todo estilo de vida tem seus prós e seus contras, mas felizmente vivemos numa época em que podemos proporcionar aos nossos cães e gatos o melhor dos 2 mundos! Trazermos de volta uma rotina alimentar e um estilo de vida mais saudáveis e biologicamente adequados enquanto continuarmos a amá-los loucamente!

 

 

 

 

Para entender melhor as vantagens da Alimentação Natural para cães e gatos, temos esse post: https://blog.petchef.com.br/alimentacao-e-saude/por-que-trocar-a-racao-do-meu-pet-por-alimentacao-natural/.

Para informações sobre alimentação natural crua ou receitas para fazer em casa, dê uma olhada no site www.cachorroverde.com.br da Dra Sylvia Angélico . E para informações e idéias sobre gatificação de ambientes, tem o site https://ofazedor.com/ , que é bem legal.

Cachorros chatos para comer

“Agora entendo porque, quando eu era criança, um dia minha mãe virou o prato de macarrão na minha cabeça e saiu gritando!”. Essa foi a mensagem que recebi um dia pela manhã, do meu amigo Márcio.

Liguei para ele, claro, já imaginando do que se tratava … “Oi, o que houve? Bali ainda de greve?”.

Dito e feito, Bali, um rottweiler de quase 50kg, passava por mais um de seus períodos de “jejum intermitente”, numa época em que ninguém sabia o que seria isso … e seu dono estava desesperado, fazendo “qualquer negócio” para mudar a situação. Misturou carninha, trocou cardápio, deu na boca, rezou, e nada … o bezerro, ooops, cachorro, comia duas ou três bocadas e ia embora com a cara mais lavada do mundo, indiferente ao desespero dele. O Bali era magro, um pouco mais do que a média da raça, mas saudável. Vivia solto em casa, num quintal lindo, porém pequeno e sem exercício obrigatório, numa vida de paz e tranquilidade. Ele era um desses indivíduos que “come para viver”, e não dos que “vivem para comer”. Então para ele, estava tudo bem comer 1/3 da quantidade esperada para seu peso. Só para seus humanos é que isso era um problema.

Já eu, tenho o problema contrário … a Ópera, minha filha peluda, é capaz de comer indefinidamente se puder. Uma vez demos mole e ela comeu o jantar dos 4 cães da casa e um bolo de laranja inteiro como se fosse a coisa mais natural do mundo. E nem dor de barriga ela teve!

Então vou aproveitar a deixa para falar sobre esse assunto.

Recebemos muitas ligações e mensagens de pessoas preocupadas com a falta de apetite dos seus peludos. São muitos os nomes usados: “ruim de boca”, “seletivo”, “chato pra comer”, “caprichoso”, “cheio de manias” e por aí vai. Seus humanos vivem preocupados, e querem saber se isso “vai passar” com a nossa comida, ou se com o tempo ele vai “enjoar” dela também. Em outros casos a queixa é que o peludo já é cliente, começou comendo bem, mas com o tempo passou a escolher receitas e só comer as que prefere, e agora já não quer mais nenhuma.

Em qualquer dos casos, a primeira coisa que temos que fazer quando um cachorro para de comer é checar com nosso veterinário de confiança se está tudo bem com ele. Um exame clínico acompanhado de hemograma, ultrasom ou outro exame complementar pode descartar causas físicas, como doenças de carrapato, gastrites, doenças renais, tumores ou outras que afetem o apetite.

Constatado que não há problema físico, nos vemos diante de uma questão comportamental. É o quadro mais comum.

 

Impulso Alimentar

Em todas as espécies, existem os indivíduos que comem para viver e os que vivem para comer. Se seu peludo nasceu para comer, você nunca terá problemas (desde que guarde bem os bolos de laranja…). Pode dar comida boa, comida ruim, ração e até “pedra moída” que o carinha cai de boca sem pensar duas vezes. Se esse aí parar de comer um dia, corra para o vet que a coisa é séria!

A maioria dos cães é assim, afinal, comer é um instinto básico de sobrevivência. Quanto mais forte esse instinto, maior é a chance de sobrevivência desse indivíduo e de perpetuação da sua carga genética na natureza. Mas… viemos nós com a nossa seleção artificial de acasalamentos, e bagunçamos tudo. Desconsideramos esse instinto na seleção de muitas raças, perpetuando indivíduos, linhagens e até raças sem o chamado “impulso de comida”. E agora estamos pagando o preço.

Para quem tem um desses, que só come o necessário para se manter vivo, a hora das refeições pode ser frustrante. Afinal, a gente escolhe a melhor comida para nosso filhote e quer que ele tenha enorme prazer em comer! Aí ele olha o prato com aquela cara de “tédio”, ou come 3 bocadas e vai embora …

 

Podemos ter 2 desdobramentos para essa situação:

  1. Seu peludo precisa de menos comida do que está sendo oferecida a ele para se sentir saciado e estar saudável.
    Tem cão que pula refeição de vez em quando e continua super feliz e em forma, e não há problema nenhum nisso. Caberá a você “desencanar” do assunto e diminuir a quantidade de comida dele. Quando ele não comer, retire a comida que sobrar e só ofereça de novo na próxima refeição. E lembre-se: não tem problema ele ser magro, desde que esteja saudável! É até melhor. Nós humanos que tendemos a achar bonito cachorro “cheinho”. Mas olhe o corpo dos animais na natureza, o normal é ser esbelto mesmo.
  2. Seu peludo percebeu que é importante para você que ele coma sempre, e tudo.
    Aí a coisa se complica, pois ele aprende que pode usar isso para conseguir o que quer, e vira um pequeno manipulador. É uma situação bem chata, pois desvirtua esse impulso importante (comer para sobreviver), e por isso geralmente vem acompanhada de outros problemas de comportamento.
    Esse quadro normalmente começa quando por algum motivo ele não come, e você “faz de tudo” para ele acabar o prato. Troca a comida, mistura franguinho, dá na boca, etc. Isso ensina a ele que você quer que ele coma, mesmo que ele esteja sem fome. Mais ainda, ensina que se ele quiser ganhar novidades ou atenção extra, não comer é uma boa estratégia. Percebeu a ironia da coisa? Sem querer, você o ensinou a não comer como ferramenta para conseguir atenção ou guloseimas. Dependendo do temperamento do peludo, ele pode levar essa queda de braço ao extremo e não comer nada que não seja escolhido por ele por dias.  É um exercício de controle, e não uma questão de apetite.

 

Então o que fazer? Como melhorar a vontade de comer de um cachorro “ruim de boca” ou mal acostumado?

 

A primeira coisa a fazer é tirar a pressão que nós humanos colocamos na comida e no ato de comer. Comer, ou não comer, é natural para a maioria dos animais, e deve ser encarado assim pelo cachorro, e por nós. Pular uma refeição de vez em quando não tem problema nenhum. Outra coisa importante de saber é que cachorros gostam de rotina, a repetição dá a eles segurança, e podemos usar isso a nosso favor. O terceiro fator é serem animais sociais, que dão valor à interação e aos laços sociais.

 

Com isso em mente, podemos organizar alguns passos:

  • Defina dois horários para as refeições (3 se for filhote até 6 meses).
  • Não demonstre muita atenção na preparação da comida, nem dê atenção excessiva a ele hora da refeição. Aja com naturalidade.
  • Ensine a ele o comando “senta”. Depois acostume-o a esperar sentado que o prato seja colocado no chão/no suporte, etc, e ele autorizado a comer. Isso deve ser treinado em outros momentos, usando petiscos ou brinquedos, para não causar stress na hora da comida. Tem que ser uma coisa natural e fácil.
  • Se ele não comer tudo na hora, retire naturalmente o que sobrar, e só ofereça comida de novo na próxima refeição. No início, você pode instituir uma refeição intermediária caso ele não coma nada, para ele não ficar muitas horas sem comer. Mas a rotina dessa refeição extra deve ser a mesma das principais.
  • Não fale com ele, não mexa na comida nem misture coisas caso ele não coma. Aja naturalmente, tire o prato e vá fazer outra coisa. Nada de discursos ou reclamações! E nada de dar atenção se ele vier fazer gracinhas nessa hora. Carinhos e brincadeiras não cabem nesse momento.
  • Diminua os petiscos e extras no período de reeducação, é importante ele estar com fome na hora de comer.
  • Quando ele comer direitinho, aí sim pode ganhar carinhos, atenção e até um premiozinho “de sobremesa”.

 

Algumas dicas para o processo:

* As refeições podem ser junto com as da família, ou logo depois, num lugar específico para ele. E nunca dê nada da mesa para ele, isso atrapalha todo o processo.

* Se por acaso ele pedir a comida antes do horário, não dê! Espere até a hora que você determinou para oferecer a comida a ele. Isso não é maldade. É importante ele aprender que comida é um recurso valioso e que não está à disposição dele a qualquer momento.

* Quando for ensinar o “senta”, procure fazê-lo de forma divertida e longe das refeições. Use petiscos saudáveis ou brinquedos como prêmio. Cuidado para não encher a barriga dele de petiscos! Dê preferência aos brinquedos se ele responder bem. Com o tempo, deixe-o cada vez mais tempo (máximo 1 min) sentado até premiar e liberar. Paciência e auto controle são importantes para os dois! Introduza a rotina de reeducação alimentar só quando esse comando estiver bom o suficiente para você colocar o petisco no chão sem presa e ele esperar a autorização tranquilamente. Nunca deixe-o “roubar” e pegar o petisco antes de autorizado.

* Tenha paciência e perseverança. Novos comportamentos demoram 3 semanas para serem aprendidos e até 16 semanas para serem internalizados pelos cães. Não desista!

 

Bom pessoal, essas são dicas bem básicas que esperamos que ajudem!

Se seu peludo tiver questões mais sérias, relacionadas ou não à comida, o melhor é chamar um bom treinador para fazer um programa personalizado de modificação comportamental para ele.

Nós indicamos o site da LordCão Treinamento de Cães para mais artigos sobre o tema, é www.lordcao.com.br .
E para comprar o melhores petiscos para treinamento, 100% naturais e deliciosos, dê uma olhada na nossa loja! www.okena.pet/loja-online/petiscos

 

Como encontrar um bom criador de cães

Em nosso texto Como Escolher um Cão, falamos sobre adoção ou compra de cães. Durante o texto, mencionamos que quando a opção é a compra, só se deve comprar filhotes em bons criadores. Aí vem a pergunta: O que é um bom criador, e como encontrá-lo?

 

Onde procurar?

 

Vou começar pelo mais fácil: como encontrá-lo. Isso já foi um grande problema, mas hoje em dia, com a facilidade de comunicação via internet, ficou bem mais fácil. Você pode pesquisar Clubes de raça, sites dos criadores, canais especializados e mídias sociais. E claro, pedir indicação para veterinários ou para donos de exemplares da raça que deseja. Nós não indicamos a compra de filhotes em pet shops ou feiras.

Uma vez encontrados alguns criadores (sempre contate mais de um), falta descobrir se são bons. Para isso vamos a algumas dicas:

 

1. Veja se ele tem conhecimento da raça.

 

Eu ia colocar em primeiro lugar “amor pela raça”, mas seria um erro. Quando falamos em “criação”, amor não basta. Muitas pessoas amam verdadeiramente a raça que possuem, mas por falta de conhecimento acabam prejudicando o futuro da mesma, fazendo cruzamentos errados ou cruzando exemplares que não deveriam reproduzir.

Um esclarecimento importante é que qualquer pessoa que cruze cães se torna um criador. Isso inclui aquela vizinha que cruza seu casalzinho de salsichas uma vez por ano e diz “eu não sou criadora, só cruzo porque gosto da raça”. Do momento em que nasceram filhotes, ela virou criadora sim. É importante que as pessoas se conscientizem disso. Colocar vidas no mundo é uma tremenda responsabilidade, e um ato que deve ser encarado com seriedade.

Quantas pessoas cheias de boas intenções cruzam labradores hiperativos? De cores que não se pode misturar (não é só estética, afeta saúde e temperamento)? Golden retrievers sem controle de displasia? Rottweilers agressivos? Cockers malucos? Poodles com cataratas? Terriers histéricos, dálmatas agitadíssimos? A lista é interminável. Essas pessoas são boas pessoas, geralmente até bons donos, mas péssimos criadores. Pois mesmo sem intenção, colaboram com a degeneração da raça que tanto amam. Quem tem mais de 40 anos lembra do que aconteceu com os pequineses nos anos 80 … Então, não basta ter amor, o criador tem que ter conhecimento e responsabilidade.

 

Pergunte tudo sobre a raça

Seu padrão físico e de comportamento, as doenças mais comuns, os defeitos, as qualidades, a quem ela se adapta ou não, os cuidados necessários. Um bom criador te mostrará sempre os dois lados, até mesmo enfatizando os defeitos e dificuldades, já que geralmente são estes os responsáveis por devoluções a abandonos. Raça perfeita não existe, todas têm seus prós e contras, e nenhuma serve para todo mundo.

Desconfie de criadores que criam muitas raças, ou que mudam de raça conforme a moda.

 

2. Veja se ele conhece sua linhagem e seus cães

 

Peça explicações sobre a linhagem que ele escolheu e sobre seus cães em particular.

Em todas as raças, existem várias linhagens de cães, que geralmente foram desenvolvidas pelos primeiros criadores da raça, e/ou por criadores que tinham algum objetivo específico. Muitas vezes a diferença é física, mas geralmente diz respeito ao temperamento, coisa que influenciará decisivamente a relação do filhote com seu novo dono. Um bom criador sabe as características da linhagem de seus cães, suas aptidões e possibilidades. Um criador que não saiba que linhagem possui (tem uns que nem sabem que isso existe…), nem explique porque a escolheu … esqueça! Você certamente conhece alguém que levou para casa um lindo filhote de labrador tendo em mente um obediente guia de cegos, quando na realidade comprou um caçador de patos cheio de energia!

 

Árvore genealógica importa

Nesta hora, o bom criador vai mostar e explicar os pedigrees dos pais da ninhada, dizer porque escolheu este cruzamento e o que espera dos filhotes. É a hora de checar os exames de saúde dos pais da ninhada. Os mais comuns hoje em dia são: radiografia coxo-femural e de cotovelos, exame de patela, exames cardíacos e exames oftálmicos. Mas isso varia de raça para raça, o melhor é pesquisar sobre a raça escolhida antes da visita para saber o que pedir.

 

Os indivíduos também

Também é importante que ele conheça bem seus próprios cães. Pode parecer estranho para o leigo, mas infelizmente ainda é comum criadores ruins terem cães que vivem em canis ou gaiolas, que não convivem com o dono nem com sua família. Nesse caso, como ele poderá saber como é seu temperamento? São muito agitados? São calmos? Algum é medroso? Mordem? Então peça para ver os cães, peça para que sejam soltos com você para que você possa observar seu comportamento e interação. E peça uma descrição de cada um. Isso vale tanto para raças pequenas como grandes, e mesmo para as raças de guarda. Cães de guarda não devem ser feras assassinas, devem ser cães seguros e sociáveis na presença do dono. Lembre-se que temperamento e saúde são genéticos, então os pais e a linhagem de seu futuro bebê são muito importantes.

 

3. Sinta se o criador está querendo se livrar logo dos filhotes

 

Um bom criador cria por amor à raça, e às suas qualidades. Desta forma, a última coisa que ele/ela quer é que um de seus filhotes vá para uma família aonde não irá se adaptar e ser amado e apreciado como deve. Bons filhotes são minoria em qualquer raça, então, quem cria bem tem sempre quem queira seus “bebês” e por isso, estará mais interessado em ter certeza de que você será um bom dono do que em te convencer a comprar o filhote.

Fora isso, ele também deve ter espaço e disposição para manter os filhotes até pelo menos os 50 dias de idade. Mesmo desmamado, nenhum filhote deve sair da companhia da mãe e dos irmãos antes disso, é muito importante para seu futuro desenvolvimento.

 

4. Tem que ter pedigree sim!

 

Muitas vezes a pessoa que quer somente um companheiro pensa: não preciso de pedigree, não quero criar nem fazer exposições. Grande engano. Se você está comprando um filhote de raça, o mínimo que o criador tem que fazer é registrar toda a ninhada. Um pedigree custa hoje (maio de 2023) R$63,00, sabia? Pois é, aquela conversa que pedigree é caro é mentira de criador ruim, que vende ninhadas que não poderiam ser registradas, mas não diz isso. Ele mente, diz que é caro e aí a pessoa abre mão, achando que não faz diferença.

Outra mentira comum é que o novo dono é que tem que registrar o filhote. É impossível, só o dono da cadela mãe da ninhada pode registrar os filhotes. Mesmo com cópia de todos os documentos, o comprador nunca poderá registrar seu cão, é uma regra internacional, válida em todos os órgãos da cinofilia.

Pedigree é o mínimo

Apesar isso tudo, o pedigree garante apenas que os filhotes são puros, filhos de pais daquela raça. Só isso. Ele não garante qualidade, nem saúde, nem temperamento. Por isso são necessários os outros controles e testes, o pedigree é apenas um registro genealógico. Por isso é barato. Então pense bem, você acha mesmo que um criador que não gasta R$63,00 por filhote para registrar, e com isso provar que seu filhote é puro, vai ter feito todos os exames de saúde e seleções de estrutura e temperamento que a raça exige? Ele vai ter gasto em vermífugos e vacinas de qualidade? Ele usa alimentação de qualidade? Será?

Outra situação é a da pessoa que não registra a ninhada porque acha que não é criador (aquela vizinha dos salsichas mencionada no início do texto, lembra?), que pedigree é bobagem, o que importa é o amor pelos bichinhos. Bom, a questão é que esta pessoa não deveria estar cruzando seus cães e vendendo filhotes, pois dificilmente terá feito os controles necessários, voltamos ao problema do item 1. Se tiver feito tudo certinho, menos o registro, tudo bem, mas sinceramente, até hoje eu nunca vi isso acontecer …

Mas se você realmente não faz questão de nada disso, tudo bem, realmente é muita coisa para checar só para ter um cãozinho em casa, mas então não compre um filhote teoricamente de raça, adote um focinho carente, ele te fará tão feliz quando o de raça e não dá esse trabalho todo para escolher. Mas, se é para ser de raça, que tenha tudo direitinho, se não, não faz sentido. Por que comprar um filhote sem nenhuma garantia de origem, saúde, estrutura ou temperamento da raça escolhida? Se é para ser sem histórico, volto a dizer, melhor não comprar.

 

5. Você poderá contar com o criador no futuro?

 

Por mais que você estude e pergunte, dúvidas surgirão, e imprevistos também. Um bom criador se mostra disponível para te ajudar e assessorar durante toda a vida de seu filhote. Alimentação, exercícios, treinamento, exposições, acasalamentos, você pode resolver fazer um monte de coisas com seu filhote, e precisará de alguém experiente para lhe ajudar a tomar decisões e escolher o melhor para ele. Os assuntos de saúde devem sempre ser tratados por seu veterinário de confiança, mas um criador experiente poderá te ajudar a enfrentar eventuais problemas com mais segurança. Fora o fato dele conhecer bem a linhagem e a família de seu cão e poder dar ao veterinário informações que de outra forma ele não teria acesso. Se você nunca precisar dele, ótimo, mas ele tem que ser disponível.

 

6. O preço dos filhotes condiz com tudo isso?

 

Agora você já tem uma idéia de como funciona uma criação correta. O criador correto e ético:

  • só usa cães dentro do padrão
  • faz os exames de saúde necessários
  • faz os testes de temperamento necessários
  • não acasala cães com faltas para a raça
  • registra e microchipa seus filhotes
  • usa uma boa alimentação
  • vermifuga e vacinas seus filhotes

Além disso, ele estuda a evolução da raça, vai a eventos, conversa com as pessoas, enfim, dedica uma parte de sua vida e seu tempo a seus cães.

Sabendo disso tudo, quando custa um filhote desses ?

Não dá para botar um preço fixo aqui, até porque tudo isso varia de raça para raça e até de estado para estado, mas leve em conta que esse filhote nunca poderá custar R$500,00, como aqueles do anúncio no Mercado Livre. O bom criador não vive da criação, mas sempre precisa pelo menos repor parte do investimento que faz e dos gastos que tem com seus cães, então deverá cobrar um preço justo por seus filhotes. Leve em conta que seu cão deverá viver uns 12 anos, então o preço de custo dele será o menor dos seus gastos …

 

Que tal adotar ?

Mais uma vez vou lembrar: você não quer nada disso? Achou tudo um exagero? Tudo bem, adote um filhote sem controle, mas não compre! Não ajude os fabricantes de cães a produzirem filhotes que muitas vezes terão problemas de sérios de saúde e/ou de temperamento para ganhar dinheiro fácil. Milhões de cães são sacrificados em abrigos todos os anos, e um grande número destes nasceu na casa de alguém ou num canil de fundo de quintal, não nas ruas. A única forma de acabar com a má criação e o comércio indiscriminados de cães é através da conscientização dos compradores. Bons criadores são necessários, pois sem eles as raças acabariam, aliás, sem eles as raças nem existiriam. São pessoas dedicadas, apaixonadas e perseverantes, que merecem todo apoio e respeito. Maus criadores têm que acabar, faça a sua parte.

Links relevantes: Confedereção Brasileira de Cinofolia, Brasil Kennel Klub, GARRA, Quatro Patinhas, Focinhos de Luz e outras ONGs.

Artigos imortantes para a saúde do seu filhote: Por que trocar a ração do meu pet por alimentação natural? Cachorro chato para comer

Enriquecimento ambiental – sua casa é boa para o seu gato ?

 
Olá gateiro!

No post de hoje vamos falar sobre a sua casa, e como fazê-la interessante e boa para a saúde e bem estar do seu gato, para que ele tenha uma vida longa e feliz ao seu lado! Aprenda o que é enriquecimento ambiental para gatos e como usá-lo em sua casa.

Segurança

A maioria de nós já sabe que, apesar de não ser “natural” para um gato morar dentro de um apartamento ou de uma casa, essa é a melhor opção para ele nos dias de hoje. Gatos que moram na rua, vivem soltos, ou “dando voltinhas”, têm expectativa de vida até 4 vezes menor que gatos de vida restrita, sendo muito mais expostos a vírus, outros agentes causadores de doenças, acidentes, brigas, atropelamentos, envenenamentos acidentais e à maldade humana em geral. Além disso, eles podem virar presas de cães ou animais selvagens, ou mesmo de outros gatos. Brigas feias entre gatos são comuns, e os perdedores tendem a ser os gatos “pet” que não tiveram tantas oportunidades de treinar suas habilidades de luta na vida de rua.

Por isso nós recomendamos que nossos pets felinos vivam 100% dentro de casa, com as janelas, varandas e muros telados, e tenham acesso externo apenas em áreas protegidas ou usando coleira e guia.

Tendo dito isso, não só é possível, mas muito importante, tornar a sua casa um ambiente agradável, estimulante e mais “natural” para seu gato, para que ele se mantenha ativo e feliz. Seu pequeno tigre precisa de estímulos físicos e mentais para se manter saudável, afinal, ele é fruto de milênios de evolução em ambientes inóspitos e altamente exigentes.

Então, a forma de ajudar seu pet a aproveitar a vida dentro de casa é através do enriquecimento ambiental.

O que é Enriquecimento Ambiental?

Enriquecimento Ambiental quer dizer aprimorar o ambiente dos animais para melhorar sua saúde e qualidade de vida, trazendo para seu dia a dia estímulos aos seus comportamentos naturais. Estudos mostram que enriquecer o ambiente de gatos saudáveis e dos gatos com doenças crônicas reduz comportamentos associados à somatização, e mesmo aos sintomas reais da doença.

Enriquecer o ambiente de um gato significa colocar ou mudar coisas na casa que o encorajem a realizar ou imitar atividades naturais de um felino, como escalar até um ponto mais elevado, calcular trajetórias, pular, se equilibrar ou caçar “presas” como brinquedos ou petiscos.

Outro ponto é que, como gatos são presas de outros animais na natureza, eles são naturalmente assustadiços e reativos, portanto deve-se focar também em criar um ambiente seguro, reduzindo eventos externos que causem ansiedade e medo, como mudanças bruscas em sua rotina ou casa. O objetivo é maximizar a sensação de controle do gato sob suas circunstâncias para que ele possa relaxar e exibir seus comportamentos naturais.

Por isso, mesmo no processo de enriquecimento, nunca tente forçar seu gato a aceitar nada. Caso você adicione algo novo ao ambiente, como um arranhador grande ou uma passarela, deixe que ele o descubra sozinho e no seu tempo. Uma ótima ideia é se utilizar de estímulos saudáveis para atraí-los para o novo playground como, por exemplo, borrifar catnip nas peças, brincar com varinhas perto do parquinho ou tentar despertar seu interesse colocando petiscos nos degraus no parquinho conforme ele for subindo.

Cinco áreas chave para o ambiente perfeito para o seu gato

Estes são os principais componentes do ambiente ideal de um gato:

  1. Uma área segura para se alimentar, beber água e ir ao banheiro. Na natureza gatos não apenas caçam presas, eles são presas para outros animais. Eles se sentem muito vulneráveis ao se alimentarem, beberem água ou quando fazem suas necessidades. Esta vulnerabilidade pode causar estresse se os comedouros ou caixa de área ficam em local barulhento ou movimentado da casa. Estes elementos básicos devem estar sempre localizados em locais calmos e silenciosos para que ele não fique nervoso ou ansioso.
  2. Um local para escalar e arranhar e um local para se esconder e descansar. Gatos são escaladores e arranhadores naturais. Estes são comportamentos instintivos para eles. Seu gato também precisa de um local para descansar e se esconder onde ele se sinta protegido e seguro. Isso é importante para que ele se sinta em controle do seu ambiente.
  3. A consistência na interação com humanos também é uma forma de enriquecimento ambiental. Seu gato se sente melhor quando sua rotina diária é previsível. Realizar pequenos rituais, quando você sai de casa, epode ajudar o seu gato a se sentir mais confortável com suas as idas e vindas. Um ritual pode ser algo simples como dar um petisco ao sair e fazer um afago ao voltar. A hora de brincar também deve ser consistente. Descubra que tipo de brinquedo (presa) é a preferida e, no tempo dele, o estimule a brincar. Ao fim da brincadeira, premie seu gatinho com uma “presa” de petisco ou mesmo comida.
  4. Estímulos sensoriais apropriados. Pense nos sentidos da visão, audição e olfato. Alguns gatos amam olhar pela janela. Outros ficam hipnotizados por peixes em um aquário. Alguns até gostam de vídeos de gatos na televisão! Também é importante oferecer estímulos auditivos. Alguns prestam atenção em música, outros no som da televisão, ou em brinquedos que apitam. Já o olfato aguçado do seu gato pode ser estimulado com ervas (não tóxicas, é claro) ou feromônios sintéticos para gatos. Se você tiver uma varanda ou área externa telada e segura, ele certamente gostará de ficar lá fora. Eles adoram ver as novidades, ouvir sons diferentes e sentir novos cheiros. Se não tiver, pense em fazer um canto para ele com acesso seguro ao mundo exterior. Uma “gaiola” no burado do ar condicionado pode ser super legal. E não esqueça dos passeios de coleira, que não são apenas para os cachorros! Muitos gatos gostam de passear de peitoral e guia. O ideal é ir acostumando-os aos poucos e nunca forçar caso seu gato demonstre desconforto.
  5. A companhia de outros gatos. Ter 2 gatos em casa é geralmente melhor do que ter um só. Apesar de não serem animais de matilha e terem uma complexa estrutura social, a maioria dos felinos gosta de ter um “irmão”. As brincadeiras entre eles podem durar horas e são muito saudáveis. Também é bom para você! Você terá a tranquilidade de saber que seu bigodudo não estará sozinho em casa quando você for passar o fim de semana fora. A forma como gatos interagem uns com os outros é muito diferente dos cães. É mais difícil prever como dois gatos não criados juntos vão se dar, mas existem algumas estatísticas. Fêmeas tendem a se dar melhor com outros gatos do que machos. Machos não castrados podem ser bastante difíceis de socializar. Machos castrados e fêmeas geralmente se dão bem. Existem estratégias para minimizar problemas e ajudar na socialização quando se introduz um gato novo em casa. O ideal é conversar com um veterinário ou especialista em comportamento felino para indicações. Também existe muito material na internet com dicas valiosas.

O que é somatização?

Mais acima falamos de somatização, que é característica importante na saúda dos gatos. Gatos costumam demonstrar sintomas psicossomáticos quando não estão relaxados e felizes em seu meio ambiente. Esses são sintomas e comportamentos não específicos que podem incluir um ou mais dos seguintes:

  • Vômito ou diarreia;
  • Queda repentina de pelos;
  • Infecções como otites, gengivites e infecções urinárias;
  • Desinteresse por comida, higiene ou interação com outras pessoas ou pets;
  • Prostração, dormindo mais do que o normal;
  • Fazer as suas necessidades fora da caixa de areia;
  • Agir como se estivesse com dor.

Esses sintomas se desenvolvem quando um gato não consegue interagir de forma natural e satisfatória com seu meio ambiente e com isso se estressa. Aí, ao invés de ter um comportamento normal como caçar, brincar e explorar, eles parecem estar doentes ou se recuperando de uma doença, mesmo quando esta doença não existe. A mesma resposta fisiológica e comportamental que um gato teria a uma infecção pode se dar por mudanças indesejadas ou falta de estímulo no seu meio ambiente. Estudos recentes demonstraram que estresse psicológico pode causar uma real resposta imunológica nos gatos.

Então, se seu gatinho começar a apresentar alguns desses sintomas, leve-o para um check up com seu veterinário de confiança. Na falta de uma doença existente, pense que pode se tratar de um quadro psicossomático. Nesse caso, reveja seu ambiente e rotina com ele.

Esses são os pontos mais importantes sobre esse assunto. Mas, para dar aos nossos felinos uma vida saudável e divertida, vale usar a imaginação! Você tem alguma dica bacana de atividades, brinquedos ou outros elementos que seus gatos amam e que enriquecem o seu ambiente? Conta para a gente!

E não podemos esquecer que uma alimentação adequada também é muito importante para uma vida saudável e feliz! Opte uma comida de verdade, natural e biologicamente apropriada para ele. Indicamos a leitura de dois artigos nossos sobre o assunto:
Por que trocar a ração do meu pet por alimentação natural? e Alimentação Natural para Gatos, o segredo da longevidade.