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Nossos cães andam tão doidos quanto nós?

Não é de hoje que ouvimos, e dizemos, a frase: “gente … tá todo mundo doido, né?”

Depois da pandemia então … isso virou uma certeza! Ficamos todos doidos mesmo.

Mas o que isso tem a ver com nossos cães?
Olhando as redes sociais, onde chovem na nossa telinha vídeos fofos e divertidos de animais, a máxima – cara de um, focinho do outro – nunca soou tão verdadeira. Os pets parecem estar cada vez mais doidos, juntinho com a gente.

Será que isso tem fundamento? Brincadeiras à parte, porque o assunto é sério, será que os pets, principalmente nossos cães, estão realmente desenvolvendo os mesmos transtornos mais comuns nos humanos?

É preocupante quando questionamos sobre algum comportamento do cão, e ouvimos: “ele não aprende nada na aulinha, fica olhando em volta, se agita … ele tem TDAH”, ou, “ele é muito sistemático, cheio de manias, ele tem TOC” ou “ele tem fobia social, não gosta de sair de casa nem de estranhos”.

Essas frases podem soar engraçadas num primeiro momento, mas são muito perigosas, se incorporadas à forma como lidamos com o peludo no dia a dia.

Muitas das manias e fobias dos cães são respostas a estímulos nossos, tentativas de controlar o meio ambiente para se sentirem mais seguros, ou tentativas de evitar desconfortos ou desafios. Mais do que achar engraçado, temos que observar com atenção esses comportamentos, e trabalhar para minimizá-los, para ajudar nosso cachorro e ser mais feliz, mais atento, mais relaxado e mais seguro de si.

Vamos a alguns exemplos:

 * “Ele tem TDAH, não consegue prestar atenção no treino e não me obedece”:
Algumas perguntas que podemos fazer:
– Ele está exercitado o suficiente? Ou cheio de energia a ponto de só pensar em correr, correr, correr?
– O treino está sendo interessante e divertido? A interação humano-cão está positiva? Ele é elogiado e premiado? O tempo de treino é compatível com a capacidade de atenção dele?
– Você se comunica com ele de forma clara? Ele sabe o que você quer dele quando usa a palavra X ou Y?

Assim como existem metodologias para ensinar crianças a ler e escrever, existem métodos para se treinar e se comunicar com nossos cães. A romantização do “ele sabe o que eu quero”, ou “ele capta os meus pensamentos” é responsável por muita frustração para o humano, e confusão para o peludo. Principalmente no caso de filhotes, eles precisam ser ensinados a prestar atenção, ensinados a nos ouvir e a obedecer. Não é TDAH, é falta de conexão com o dono e falta de uma comunicação clara.

* “Ele tem TOC, não posso mudar a cama 1 palmo de lugar que ele surta” ou “ele não gosta que ninguém sente na poltrona da sala, reclama até a pessoa sair” ou “temos que sair para passear assim que ele acaba de comer, ou ele surta”.

Esses comportamentos têm em comum a necessidade dele de controlar o ambiente e/ou a rotina. Se confundem muito com uma simples dominância, e de fato muitas vezes estão associados. Não querer que “suas” coisas sejam mexidas, ou querer controlar as pessoas e seus movimentos, é bem típico do peludo que se acha responsável por determinar as regras da casa. E isso só acontece quando ele acha que mais ninguém da casa está no posto de controle, e a função “sobrou” para ele, mesmo que ele não se sinta preparado para ela (isso é genético).  A forma como um cão com temperamento forte e realmente dominante (uma minoria), e a forma como um cão instável e inseguro (a grande maioria), fazem isso é muito diferente. O dominante se sente bem “mandando”, o outro não … ele faz porque as rotinas e pequenos controles o fazem se sentir melhor do sem elas, mas ele adoraria que alguém outro ocupasse esse posto.

O importante aqui é entender que ele faz isso para se sentir melhor, ou seja, ele não está se sentindo bem, ele não se sente relaxado e seguro, como todo cão deveria se sentir.

Algumas das perguntas aqui são:
– Temos regras claras na casa, que mostrem para ele que “tudo está sob controle”, e ele pode relaxar e se sentir seguro? Qual rotina pode ser instalada, que traga a tranquilidade que ele precisa?
– Ele passeia, gasta energia e vê novidades, sente cheiros diferentes e ouve sons estranhos, para que entenda que o mundo é muito mais do que a “toca” dele?

Mesmo que você seja um humano relax e avesso a regras rígidas e rotinas, se o universo te deu um peludo desses … você terá que assumir a liderança, exercer uma certa disciplina na casa e determinar as regras, por ele, e para ele. A base desse comportamento é genética, seu cão não tem culpa, mas o ambiente e manejo podem ajuda-lo muito a ser mais feliz. Ele pode aprender a não precisar mais das “neuroses” para aliviar a ansiedade e medo, e a confiar na estabilidade e nas rotinas apresentadas a ele.

É importante dizer que em casos mais graves, medicações podem ser usadas junto com a mudança de rotina, e ajudam muito. Assim como para humanos, muitas vezes a indução química vai ajudá-lo a “sentir” diferente, a vivenciar suas emoções de forma diferentes, e a reagir de forma diferente frente aos estímulos. Depois que o novo comportamento for internalizado, vai-se “desmamando’’ a medicação aos poucos. Claro que isso só pode ser feito sob a supervisão de um veterinário especialista em comportamento, e com a ajuda de um bom treinador em casa.

Para finalizar, vale sempre lembrar que muitos problemas são evitados ou minimizados se tivermos um bom manejo de nossos cães desde cedo. Esse cedo não é só filhote, pode ser desde a chegada de um cão adulto na sua casa. Existe muita informação disponível, e muitos bons profissionais a disposição, para te ajudarem a montar, desde o dia 1 do peludo na sua casa uma rotina saudável e produtiva para um desenvolvimento saudável e feliz dele. Invista nesse início, e se o início já passou, invista na mudança, os resultados são surpreendentes, pode acreditar.

Rio, outubro de 2025
Daniela Prado
Sócia Fundadora Okena PetChef
Especialista em Comportantento LordCão Treinamento de Cães

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